quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O MODELO E AS AVALIAÇÕES

CÃO: Já não te via há muito tempo.
PINCHA:
Estive fora, em trabalho e sem possibilidades de te ver.

CÃO: Gostaste do que viste?
PINCHA:
Mais ou menos. Em Angola e Cabo Verde os «portugueses» poderiam ter feito muito mais do que fizeram apenas nos últimos tempos e com muito mais rendimento do que agora, depois de guerras e destruições. Assim, talvez até as pudessem ter evitado.

CÃO: Se te referes ao ensino, as coisas aqui estão más e estupidamente radicalizadas.
PINCHA:
Isso só acontece quando as pessoas são «unidireccionais» e «marram» como os rinocerontes. Em 1975 já conheci gente assim.

CÃO: Achas que os protestos sindicais de hoje são justificativos da suspensão das avaliações com a justificação de que o modelo das avaliações é mau?
PINCHA:
Qual o modelo que os profesores propõem?

CÃO: Não sei. E nem sei se eles sabem!
PINCHA:
Isto quer dizer que não têm modelo ou que não querem avaliações?

CÃO: Em tempos, tu também foste professor!
PINCHA:
Fui durante quase dois anos e sempre quis que houvesse uma avaliação, mesmo que incipiente, dos alunos e dos seus pais. Dos colegas professores, que não assistiam às aulas, podia muito bem dispensar a avaliação. Até poderia ser má para mim, de acordo com as suas conveniências.

CÃO: Então, já tinhas um modelo em vista.
PINCHA:
Muito incipiente, mas dava para compreender algum tanto se os alunos gostavam das aulas e os pais achavam bem aquilo que os filhos aprendiam.

CÃO: Mas achas que os professores fizeram bem em entar em greve?
PINCHA:
Já pensaste na justificação que eles dão dizendo que a avaliação rouba muito tempo de contacto com os alunos? E as greves não roubam? E não causam mais transtornos ainda? Para mais, quando essa justificação nada tem a ver com o modelo de avaliação que agora pode ser discutido com o Ministério? Já viste o incómodo que eles provocaram hoje aos pais? Tive de me deslocar cerca de 30 quilómetros para estar com os netos o dia quase todo porque não tiveram aulas. Quantas vezes já aconteceu o mesmo? Se isto significa os professores estarem mais tempo com os alunos, é preferível que não aconteça porque em nada beneficia os alunos enquanto prejudica os pais e os restantes familiares. E utilizar os alunos para as suas manifestações «manipulando-os» convenientemente? Achas bem?

CÃO: O que é que achas que se deve fazer?
PINCHA:
Não sei, mas deve haver uma via para dialogar e suspender aquilo que é mau, conservando aquilo que interessa. Fazer o que se fez na «revolução de Abril» a partir do dia 2 de Maio é voltar a uma ideologia espúria e a radicalismos inúteis e prejudiciais para a economia e progresso do país. É servirmos os interesses partidários tal como aconteceu há 34 anos. Lembras-te do Ministro «Costa Martins» que dizem ter-se «abotoado» com o dinheiro do «dia de trabalho»? Toda essa movimentação e alarido de nada serviu o país e até contribuiu para o seu empobrecimento moral, intelectual e profissional com a eliminação dos bons cursos profissionais que havia na época. Começou o ensino «democratizado» com a «fabricação» dos doutores de pacotilha em universidades que pouco têm contribuído para a verdadeira melhoria do ensino

CÃO: Achas que se pode conseguir uma via alternativa?
PINCHA:
Seguramente. É necessário que as pessoas de bom senso e especialmente os pais consigam impor-se de modo a conseguirem um ensino bem avaliado que dê aos seus filhos uma qualificação mais válida do que a actual, útil para a sua vida e para o progresso do país e sem as euforias dos «Magalhães» ou qualquer outro «Sócrates» que por aí possa aparecer.

CÃO: Para tanto, não são só os programas e o ensino que têm de ser válidos mas também aqueles que os ministram.
PINCHA:
Logo, portanto, por conseguinte, as avaliações objectivas e honestas dos professores são tão essenciais como as dos programas, bem como dos dirigentes que manipulam tudo isso.

CÃO: E quem é que os avalia?
PINCHA:
Não te esqueças das próximas eleições. Mas parece-me que é difícil escolher o menos pior!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

JOANA, «MADDIE», FILIPA, etc.

CÃO: Achas bem que as crianças «desapareçam» como tem acontecido e que depois nada se saiba acerca delas?
PINCHA:
Não acho aceitável, nem admissível e, muito menos, permissível.

CÃO: O que aconteceu à Joana?
PINCHA:
Naquela pacata aldeia, no caso da Joana, ninguém sabia o que se passava na família constituída pela mãe dela, padrasto, filhos e, eventualmente, tio? Se havia suspeitas de quaisquer «irregularidades», as pessoas, que habitualmente se metem na vida dos outros para coscuvilhar, nada disseram ou pretenderam nada ter visto. O que foi a violação dela pelo padrasto? Porque não houve uma vigilância discreta para avaliar aquela família?

CÃO: E as confusões com a «Maddie»?
PINCHA:
No caso da «Maddie», se os pais dela não são, de facto, culpados do eventual desaparecimento ou morte da sua filha, qual a razão de terem contratado um advogado de sua confiança para tomar parte num caso completamente diferente que é o das agressões à mãe da Joana, em que o mesmo inspector orientador é arguido? A mim deixa-me suspeitas. Porquê tanta gente «importante» envolvida? Porquê os «fundos» angariados? Porquê as suspeitas levantadas contra o Murat? Porquê declarações contraditórias dos próprios, com tentativas de «procura da filha» aparentemente irrealistas e enganadoras? Porquê a má aceitação das «descobertas» dos cães que são quase unanimemente aceites em todo o mundo e até, recentemente, num caso em Phoenix, nos EUA? Já falei nisso nos posts «AMEAÇAS» e «MADDIE, MADDIE, Onde estás tu?». Não te lembras?

CÃO: E o que aconteceu à Filipa?
PINCHA:
Quando a entregaram à família em que ela não estava inserida, deviam tomar as medidas de precaução necessárias para evitar quaisquer «lapsos». Não se sabia que o pai era toxicodependente? E não se podia ter «avaliado» a conduta da avó, a sua disponibilidade e possibilidade de albergar a criança bem como a sua capacidade para a «educar»? Para que servem os técnicos de segurança social? Para ouvir o que os outros dizem ou para os avaliar a partir das palavras, silêncios, omissões, atitudes e percurso anterior de vida?

CÃO: Mas eles não podem falhar?
PINCHA:
Podem. Mas, se todos se derem as mãos e trabalharem com honestidade e competência, pode ser que falhem menos, desde que esses técnicos não estejam sobrecarregados com «casos» em excesso que não lhes deixem tempo para respirar.

CÃO: E não haverá outra solução?
PINCHA:
Uma delas seria a de «educar» as crianças que já nasceram num ambiente saudável, com um lar a que têm direito. Até numa família adoptiva se pode fazer isso. Que diga Obikuelu. Uma boa educação pode, eventualmente, no futuro, «produzir» cidadãos que se preocupem mais com as questões pessoais, humanitárias, sociais e ambientais e não unicamente com dominação, vaidades pessoais e acumulação de riqueza e poder.

CÃO: E quem não conseguir «educar» os filhos decentemente?
PINCHA:
É melhor que não os tenha. Pelo menos acaba-se a «raça» dos «indesejáveis» que pouco ou nada de bom trazem a este mundo e que irão transmitir «hereditariamente?» os seus «defeitos» os quais podem ser fatais para os poucos que ficarão com o ónus de aguentar o nosso planeta que está a ficar cada vez pior.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O BARRACA E O EMBUSTE

CÃO: Já felicitaste o Barraca Abana?
PINCHA:
Ainda não, mas foi uma vitória fantástica como não se via há 50 anos.

CÃO: Houve comentadores políticos televisivos que antes não tinham a certeza da vitória , mas hoje já dizem que esperavam uma vitória mais «estrondosa».
PINCHA:
São aqueles que dizem que sabem tudo mas dão a «volta ao texto» logo que podem a fim de garantir que sempre tiveram razão. O público é que não os entende! São bons para a nossa política e para a coscuvilhice.

CÃO: Ouvi o comentário na SIC. Mas o que achaste das eleições?
PINCHA:
Julgo que foram renhidas e nunca tive a certeza absoluta que o Barraca ganhasse por várias ordens de razões.

CÃO: Explica melhor.
PINCHA:
Os preconceitos raciais ainda continuam e acho que os americanos são mais «racistas» do que os europeus, embora tentem aparentar o contrário.

CÃO: Então, como é que explicas a vitória?
PINCHA:
Em primeiro lugar, o Barraca não se afirmou como branco, negro, meio branco e meio negro ou qualquer outra coisa semelhante. Disse que era um ser humano do mesmo modo como todos os outros. Afirmou que existia um sonho americano que podia ser posto em prática. Garantiu que pugnaria pela paz e mudança contemplando especialmente os mais desfavorecidos. Teve a favor a sua prática de ajuda aos que mais precisavam, quer nas acções de rua quer no Senado, ao contrário da prática de outros senadores. Fez ver a todos que tinha chegado o momento de mudança a qual era possível desde que todos aderissem. Com as asneiradas que o Embuste fez durante os oito anos de Casa Branca não havia outra alternativa. A América achou que era tempo de mudança e, antes que o «outro», colado ao Embuste, fosse vitorioso, apressou-se a ir votar. E até os correligionários do Embuste assim o fizeram para não os deixarem perpetuar o regime. Reparaste na participação que houve?

CÃO: E achas que o Barraca Abana será um bom Presidente?
PINCHA:
Pela minha maneira simplista de avaliar as coisas através da aparência e dos factos que vou observando, cheguei à conclusão que sim. Antes de tudo, ele não tem «cor» e é um ser humano. Não nasceu rico. Viveu com várias famílias. Praticou a solidariedade social nas ruas. Já se meteu na droga e recuperou para estudar e formar-se com um curso superior. Desde criança, viveu em outros dois locais diferentes dos EUA continentais, mas menos desenvolvidos. Quando senador, mostrou ser solidário com os menos favorecidos. Não se serviu do cargo para «fazer dinheiro» e «mover influências». Nos seus discursos, mostrou-se sereno e pouco «agressivo». Disse ser adepto da paz e das boas relações com os outros países. Mostrou um grande respeito pelo adversário a quem felicitou pela coragem demonstrada no combate eleitoral. Não prometeu milagres nem disse que iria apoiar os negros ou qualquer outro grupo étnico, político ou religioso. Afirmou que a sua grande preocupação é a economia do país e a melhoria de vida dos mais desfavorecidos. Para isso, até se pode servir dos não partidários ou independentes que sejam válidos e vantajosos para o país. Não se mostrou arrogante com a vitória nem se pôs nos bicos dos pés «apesar de ser afro-americano» e um «caso raro» numa sociedade esclavagista até há bem pouco tempo. Falou em esperança e mudança e é disso que os americanos necessitam.

CÃO: E o resto do mundo que parece ter ficado contente?
PINCHA:
Mal seria se o resto do mundo fosse tão tanso e pretencioso como o Embuste! Até alguns dos resquícios que o apoiaram na invasão do Iraque não estão agora nos lugares chave de então. Mesmo assim, teriam ido felicitar apressadamente o Barraca. A política é assim!

CÃO: E com este não será também assim?
PINCHA:
Espero que não. Quase todo o mundo o felicitou, parecendo entusiasmado e esperançado com a sua ascenção ao posto mais alto duma das nações mais poderosas. Pelo que já vi nele, espero que seja mais Homem que político. Já delineei muitas das características dele que não são apanágio da maioria dos políticos que conhecemos. E a mais importante, é porem-se nos bicos dos pés. Este parece que anda com os calcanhares no chão! Bom sorte para ele e, como dizem os «índios», «God Bless You!».

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

«NEGÓCIOS» DO BANCO PORTUGUÊS.

CÃO: Ouviste hoje à noite o Miguel Cadilhe?
PINCHA:
Ouvi e pareceu-me sincero.

CÃO: Então, porque razão o Governo não aceitou a proposta dele?
PINCHA:
Será porque o Governo não é do seu partido?

CÃO: Pode ser. Mas olha que são todos dum só partido que se diz preocupado com o povo!
PINCHA:
É verdade. Todos esses «inocentes» que provocaram a situação são, de facto, desse partido. Até a MFL. Por acaso, Oliveira e Costa, antes de ter problemas de saúde, não foi taqmbém membro do Governo? Rui Machete e Dias Loureiro de que partido são? Não eram também daquela empresa informática que causou problemas na colocação de professores? COMPTA quererá dizer competência? E os que não exerceram a supervisão em tempo oportuno? São do mesmo partido ou haverá algum laxismo nisso? Contudo, foi necessário que Miguel Cadilhe estivesse nesse Banco para se «descobrir a careca».

CÃO: Em tempos, também foi ele que descobriu e denunciou o nascimento do «monstro»! Lembras-te?
PINCHA:
Também me lembro do «pântano». Mas isso não chega. Uma coisa é a honestidade e outra é o clubismo. Achas que o Benfica iria aplaudir o Sporting mesmo que este jogasse bem? E se jogasse contra o Porto e ganhasse a partida? Todos haviam de «arranjar» qualquer coisa para denegrir o adversário. Assim é o clubismo político, sempre a pensar nos seus correligionários e nunca no povo em si. Mas «garganta» não lhes falta para dizerem que trabalham para o bem do povo… … … Esquecem-se de especificar que é o «deles»!

CÃO: Tu achas que isso é válido?
PINCHA:
Tanto não acho que nunca fui de qualquer partido. Ainda estou inteiro.

CÃO: Explica-me isso melhor.
PINCHA:
Gostei da análise de António Vitorino embora ele não quisesse admitir publicamente que nas Forças Armadas pode haver problemas por resolver e que estão a ser protelados com «falinhas mansas» para «enganar o pagode».

CÃO: Como tu disseste, oxalá que a panela não esteja a ferver o que pode provocar algum destempero. Qualquer «inocente» pode ficar magoado com isso no meio da confusão.
PINCHA:
Esperemos que não, já que este Governo, nada simpático mas não arrogante, tem demonstrado algum bom senso e capacidade para um rápido golpe de rins quando necessário.

domingo, 2 de novembro de 2008

A PANELA DE PRESSÃO

CÃO: Ouviste o Gen. Loureiro dos Santos falar em nome dos militares?
PINCHA:
Não sei se legitimamente, mas ouvi. Devem ser factos relacionados com a arraia miúda porque os de cima estão sempre muito melhor do que os de baixo.

CÃO: Explica-me isso melhor.
PINCHA:
Tal como antigamente, para os terem na mão, os políticos satisfazem mais as chefias do que os de baixo, tanto nos militares como nos civis. Os cartões de crédito são para quem? Para quê, se todos têm o seu vencimentos? E os outros ainda têm despesas de representação além de outras benesses. Os alojamentos ou casas a 100€, de que fala um jornal, para quem são? Para a arraia miúda que muitas das vezes tem de se alojar precariamente?

CÃO: Achas também que na saúde as coisas vão mal? Não achas que os militares são uma casta privilegiada?
PINCHA:
Quando os militares vão para a guerra e deixam a família entregue a si própria, achas que eles terão «cabeça» para as suas missões arriscadas se descobrirem que a família pode estar a passar maus momentos por falta de assistência? Disso, o Loureiro dos Santos não se lembrou quando lhe fizeram a pergunta. Os civis estão sujeitos aos mesmos perigos? Será de caminho para o emprego? São muitas situações vividas por muitos daqueles que são pais e familiares de militares no activo. Era guerra mais a sério, sem direito a «refilanço» e quase sem compensações. Era para «defender a pátria». Não sei de quem. Foi por estas e muitas outras «asneiradas» do Governo que se deu o 25 de Abril apesar da «brigada do reumático» ter ido ao beija-mão pouco tempo antes. O sofrimento e os abusos têm limites e … quando a panela está com a pressão máxima só pode estoirar se não se abrirem rapidamente alguns «furinhos» para descongestionar o ambiente! Muitas vezes, o mal de tudo isto, são os políticos, mesmo os actuais, por nunca terem tido uma experiência de guerra séria e real. Ficaram pelos gabinetes durante algum tempo para depois ingressarem na sua vida, a que logicamente teriam direito, se não fosse a maldita e estúpida guerra suportada por quase toda a população e mantida durante anos pela vontade de políticos estúpidos e incompetentes, sem visão do futuro.

CÃO: Como seria possível que não houvesse guerra?
PINCHA:
Muito simplesmente, chamando todos os maiorais de cada território e estabelecendo com eles pactos de entendimento no sentido da autodeterminação. O que se fez agora com os Açores e a Madeira? Porquê? Para além dessa futura autodeterminação, aumentar nesses territórios a instrução, que era bem precisa, e trazer para Portugal muitos elementos desses territórios para os instruir e preparar para a governação, estaria, neste momento, a dar resultados surpreendentes numa comunidade lusófona sem necessidade da CPLP.

CÃO: Já falaste nisso no teu post dedicado à governação actual. Mas o mal dos militares?
PINCHA:
Se os manda-chuvas de cada um dos ramos da governação forem aliciados para pactuar com o governo ficando silenciosos quanto às necessidades e anseios dos que são por eles governados ou comandados, as coisas podem não funcionar como deve ser e quando se der o estoiro deve-se ouvir ao longe e alguém pode ficar ferido. Lembra-te que o 25 de Abril começou assim e deu no que deu. Para nossa «desgraça» foi aproveitado por mais alguém. Não teriam sido os capitalistas? Não teriam «montado» toda a «trama» aproveitando a ingenuidade de alguns esquerdistas?

CÃO: E em questão de vencimentos?
PINCHA:
Tu sabes que os militares não podem fazer coisa alguma sem autorização dos chefes legítimos? Sabes se eles têm horários a cumprir, como os civis, ou se tem de estar sempre disponíveis? Sei que antigamente não podiam exercer qualquer outra função, não podiam actuar em público e nem se podiam matricular numa Faculdade se não tivessem autorização específica para tal, que era dada só a alguns. Acontece o mesmo com os civis? Como já perguntaste, uma coisa é ser uma casta, mas outra é ser «escravo» sem direito a refilar. Porque é que os militares não têm um sindicato como os civis? Por serem uma casta ou serem tratados como escravos? Achas que ganham muito apesar de não poderem «aumentar» o seu rendimento com «biscates» enquanto os outros podem fazê-lo sem estar sujeitos aos perigos que os militares correm? É por isso que interessa aos políticos «tratar bem» os manda-chuvas do mesmo modo como acontecia antigamente. É para que os «escravos» não tenham «direito à indignação».

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A OPOSIÇÃO

CÃO: Já reparaste que agora estão a discutir o aumento do salário mínimo?
PINCHA:
Como não têm nada mais que dizer… Há um ano, todos os oposicionistas e sindicalistas queriam um salário mínimo maior do que o actualmente proposto. Agora que o Governo propõe fazer aquilo que já tinha combinado, logicamente, os oposicionistas tem de se opor. Se o salário mínimo não tivesse sido aumentado por causa da crise, também se teriam oposto às medidas do Governo. É a função da oposição quando não tem a capacidade de se opor com medidas válidas e eficazes. Se tivessem… seria tão bom!!!

CÃO: É quase «noite» às seis da tarde. Custa um pouco, especialmente quando temos claridade mais cedo do que necessitamos dela.
PINCHA:
Já te esqueceste que, há uma dezena de anos, era quase noite quando as crianças tinham de ir para a escola? Foi o grupo dos «fala-baratos» actuais que impôs estas medidas juntamente com a Terça-feira de Carnaval. Felizmente as coisas mudaram. Para não andares a refilar, seria bom que a hora de Verão mudasse no fim do Verão de S. Martinho para ser iniciada em princípios de Março, quando o sol já nasce cedo.

CÃO: Não achas que a produtividade também poderia beneficiar com isso?
PINCHA:
Com toda a certeza. Desde que se pudesse trabalhar mais tempo com luz natural, maior seria a economia na electricidade. Mas isso pode não querer dizer coisa alguma aos nossos «políticos» ou «governantes». As «medidas de fachada» são mais importantes.

CÃO: E as passeatas do Sócrates?
PINCHA:
Passear, todos passeiam quando e quanto podem. Há sempre justificações. Venha o primeiro desmentir-me.

CÃO: O Primeiro Ministro?
PINCHA:
Não, o primeiro governante de direita, esquerda, centro, canto, periferia ou qualquer outra localização. Quando se apanham com a mão na massa e com a massa na mão, poucos deixam de «mudar». Não vi qualquer excepção. Não te lembras que enquanto Deus estava em toda a parte Mário Soares já lá tinha estado antes? As proporções é que são diferentes. Mas, desde que, sacrificando-se nessas viagens «a bem da nação» façam alguma coisa para beneficiar a «população» podem ter o beneplácito dos que bem precisam de «levantar a cabeça» nesta terra que é rica de recursos que são tão mal e desigualmente explorados! Se não tivermos cuidado, qualquer dia, pode estar mais alguém a explorar esta terra bem interessante. Esperemos que não sejam os vizinhos que devem estar de olho em muitas coisas.

CÃO: Estou a lembrar-me, a propósito, daquela exploração que houve em tempos, perto de Odemira, em que um estrangeiro até foi ajudado com fundos públicos para «dar com os burrinhos na água» depois de gastar rios de dinheiro. Suponho que os oposicionistas direitistas já se esqueceram disso! O que é feito desse processo?
PINCHA:
A mim não beneficiou! Estou cada vez mais pobre, sempre à espera de melhores dias
desde o 2 de Maio de 1974.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O PRAGMATISMO

CÃO: Assististe aos Pros-e-Contras de ontem? De certeza que ouviste muita gente a falar. Onde fica a coerência?
PINCHA:
Na falta de pragmatismo.

CÃO: Como assim?
PINCHA:
Falam, falam, falam e, às vezes, não devem saber o que dizem ou são aldrabões consumados.

CÃO: Pode ser as duas coisas juntas. O nível moral de muitos dos que se encontram na política nem sem sempre é muito bom. Além dos que escaparam, existem bastantes que não deixaram de ser mencionados em tribunal com fugas e processos que se arrastam há anos. Para nós, piores são os que se posicionam atrás deles e os utilizam como marionetas ou peões de brega.
PINCHA:
Contudo, julgo que a falta de pragmatismo é muito grave.

CÃO: Mas quanto ao debate?
PINCHA:
Fiquei aborrecido com o que ouvi. Foram propostas, promessas, explicações, confusões e fugas para a frente. Às tantas, fiquei com sono e fui para a cama. Não sei qual a razão de tanta complicação. Se o Governo, com o dinheiro dos contribuintes, quer fazer com que a população não se afunde em dívidas que não pode pagar, quer ajudar a reequilibrar a economia e não deseja engordar os banqueiros, basta simplesmente fazer uma contas de somar e multiplicar. Se eu tiver um limite de pagamento de prestação mensal da casa de 21€, que passou a 25€ com a crise actual, o Governo que nos quer ajudar pode assumir para si o excesso do pagamento da prestação.

CÃO: Como? Não é isso que quer fazer?
PINCHA:
Não. O que eles querem é alienações, compras, valorizações e outros jogos financeiros, sempre à espera do «futuro» que está mais nas mãos deles do que das nossas.

CÃO: Explica melhor a tua ideia.
PINCHA:
O Governo, mediante um contrato com o dono de propriedade, que tivesse fracos recursos financeiros, assumiria durante 10 anos o remanescente da prestação, deixando para o proprietário anteriormente referido, o pagamento do montante de 20€, menor do que o actual. A propriedade não saía das suas mãos e as amortizações continuavam no seu ritmo normal nos 10 anos seguintes. Assim, o Estado ajudaria de verdade. Findo este tempo, o proprietário assumiria a dívida de tudo aquilo que o Estado tivesse pago, com os juros legais, etc. e amortizaria esse montante nos 10 anos seguintes, como qualquer outro empréstimo.

CÃO: E se o proprietário falecer?
PINCHA:
Os herdeiros legais, se estivessem nas mesmas condições, continuariam com esse esquema. Caso contrário, ser-lhes-ia retirado o benefício.

CÃO: E se a dívida remanescente actual for inferior a 10 anos?
PINCHA:
Melhor ainda. É por esse período que o Estado assumiria o esquema de ajuda com igual tempo de pagamento da dívida.

CÃO: E se o proprietário quiser vender a casa?
PINCHA:
Pagaria as dívidas por inteiro já que receberia os seus proventos. A vantagem principal seria o proprietário não ter de alienar a sua propriedade e sujeitar-se depois a avaliações, revalorizações e especulações de quem tem dinheiro e pode «jogar» com ele.

CÃO: Assim seria mais simples, transparente e honesto. E tens alguma ideia acerca das «burrices» que se fazem em relação à produtividade que todos dizem que querem?
PINCHA:
Lembrei-me agora da Terça-feira de Carnaval. Está aqui um exemplo. Achas que um dia num ano faz diferença na produtividade? Onde fica a motivação? Os operários desmotivados durante grande parte do ano por lhes ter sido feito um «insulto» tão grande de eliminar a Terça-feira de Carnaval, que produtividade irão ter durante bastante tempo enquanto se lembrarem disso? Verificaram a produtividade nesse ano? Há países, muito mais produtivos do que o nosso onde julgo que os feriados em dias não úteis são compensados com dispensa de dia útil ou próximo de fim-de-semana.

CÃO: Afinal, o que queres dizer com o teu pragmatismo?
PINCHA:
É arregaçar as mangas, mostrar trabalho, verificar a correcção das soluções, corrigir os erros e deixar-se de discursos fáceis, conversas fiadas e desonestidades.

domingo, 26 de outubro de 2008

A COERÊNCIA

CÃO: Já não te via desde ontem quando me afastei para ouvir Marques Mendes.
PINCHA:
Não gostaste da entrevista?

CÃO: Afinal não era na Grande Entrevista com Judite Sousa.
PINCHA:
Mas dá na mesma.

CÃO: O que eles querem é aparecer na televisão!
PINCHA:
Bom! Vem aí discurso. Vamos aproveitar a sombra desta árvore e o sol quentinho à volta para eu ficar sentado e não me cansar. Tu deitas-te à minha frente e vais falando. Senão, podem julgar que me queres morder.

CÃO: Fiquei desiludido com o que ouvi.
PINCHA:
É assim tão grave?

CÃO: Falam em coerência. De quem? Há anos quando Cavaco Silva disse que não governava sem maioria absoluta não era chantagem. Por isso, tu votaste a primeira vez nele, em benefício de dúvida mas, passado um ano, arrependeste-te. Agora que o Sócrates diz apenas que é difícil governar sem maioria absoluta, é pressão e até pode ser chantagem dentro de pouco tempo.
Quando a Manuela Ferreira Leite fez os contratos milionários com «directores-gerais», era competência; agora, deve ser despotismo ou favoritismo. Em qualquer dos governos, os nossos directores-gerais foram incompetentes? Quem é que os escolheu e promoveu? Porque é que não os mandaram embora se não prestam? Talvez alguns até agradeçam!
No tempo antigo, as Obras Públicas eram um motor de progresso; agora, são um desperdício e despesismo. Desde que bem pensadas e ponderadas até podem servir para melhorar a economia. A ponte Vasco da Gama e os automobilistas que o digam.
O descalabro da economia começou há muitos anos, com muitas miragens e ilusões: até iríamos ter dentro de quatro anos, ou pouco mais, vencimentos iguaizinhos aos da Europa! Qual delas? Nem da Espanha! E já passaram uns bons 23 anos, com 2 PSD completos e insatisfeitos, 2 PS dos quais o segundo a caminhar para o pântano, 1 PSD bate e foge para Bruxelas com a estrela das Finanças a fazer milagres, 1 PSD pontapé no rabo e, agora, 1 PS, desde 2005, o único que conseguiu que não nos afundássemos tanto como dantes embora com o «cinto apertado». Não te lembras? Eu lembro-me perfeitamente disso tudo.
PINCHA:
Lembro-me também da mirabolante Manuela Ferreira Leite no Governo do Barroso! Ela quererá repetir agora a proeza de tirar coelhos da cartola ou julgará que somos todos parvos?

CÃO: Aparece agora o fantasioso Marques Mendes a «largar bocas» e dizer aquilo que os outros devem fazer para melhorar Portugal. Porquê é que não fez com que os deputados e outros políticos se reformassem com o mesmo tempo dos outros desgraçados? Sabe-lhe bem a reforma com tão pouco tempo na política? São obrigados a aceitar os cargos ou são eles que se engalfinham para chegarem ao poder? Porquê é que esses «sacrificados» continuam como dinossauros durante décadas, se a vida política é tão má? O que fez ele durante a eternidade em que esteve no governo?
PINCHA:
Sacrifício pelo povo!

CÃO: Povo de quem? Nosso ou dele?
PINCHA:
Não sejas má língua. O povo é todo o mesmo. Só «calça» gravatas diferentes.

CÃO: No futuro, quem pensas apoiar? Tu arranjas melhor do que aquilo que já tens?
PINCHA:
De facto, entre a bolsa e a vida o que é que escolheria? E tu, o que dizes? Onde está a coerência?

CÃO: O que queres saber? Se gostei do que ouvi?
PINCHA:
Afinal…

CÃO: A única coerência que eu vejo aqui é o comportamento do Sócrates com o Cavaco e vice-versa: respeitam-se e colaboram para «não piorar» a situação que muito mal nos foi deixada pelos que falaram muito e fizeram pouco. Até Cavaco. Por isso, estou admiradíssimo com ele!
PINCHA:
Oxalá que agora haja melhoria da situação e não seja apenas eleitoralismo.

CÃO: E vais votar em quem?
PINCHA:
Já não estou na idade de assistir aos malabarismos e prestidigitações. Se as coisas estão menos mal, pelo menos deixa-as estar assim. Pelo menos isso!

sábado, 25 de outubro de 2008

A GOVERNAÇÃO ACTUAL

CÃO: O que dizes do comentário feito ao teu post sobre MILAGREIROS E TRAPACEIROS?
PINCHA:
Até certo ponto, acho justo.

CÃO: E a governação de Sócrates?
PINCHA:
Até certo ponto, concordo.

CÃO: Então achas que o Sócrates faz bem!
PINCHA:
Não disse isso. Disse que Sócrates, até certo ponto, não faz mal, especialmente em comparação com o que os outros fizeram no passado e com o que se pode fazer nesta conjuntura de apertos financeiros. É uma avaliação relativa.

CÃO: Não faz mal em tudo?
PINCHA:
Não. Na Justiça deixa muito a desejar porque ela tarda e é pouco eficaz, deixando os ricos e poderosos quase impunes. Para estes, há sempre desculpas e subterfúgios. Tu podes abrir os olhos para os jornais que podes ir lendo melhor do que eu quando te aproximas dos bancos dos jardins onde os reformados se sentam. Também podes ouvir as suas conversas que devem ser muito elucidativas.
Ouve se eles falam bem da Saúde que não têm e que não lhes é conservada condignamente para poderem ter uma vida aceitável. As Obras Públicas estão a reconsiderar, saudavelmente, os seus planos de investimento, absolutamente necessários para revitalizar a nossa economia. Boa opção. A Educação necessita de mais pulso nos agentes de educação e nos meios que são postos ao seu dispor. Menos «intelectualismos» e mais acção. É necessária mais intervenção educativa, menos burocracia e pouco facilitismo em alguns casos. Desenvolver a «massa cinzenta» é muito importante e motor de progresso. Senão, qualquer dia, somos amplamente ultrapassados por aqueles que conseguem exportar massa cinzenta muito mais barata. Essa massa cinzenta não é avaliada? Observa só todo o Oriente a despontar para o futuro.

CÃO: Já falaste nas avaliações...
PINCHA:
Mas vou acrescentar que existe mais gente que concorda com elas, desde que sejam mais rigorosas, honestas, públicas e objectivas. Vê lá se na China, Índia e ainda em muitos países do Ocidente não existem avaliações. Os professores devem ajudar a aprender e não impor as suas concepções. Não chega distribuir diplomas. O que deve ser avaliado é esse impacto na aprendizagem do aluno.

CÃO: O que dizes mais acerca da governação de Sócrates?
PINCHA:
Desde o 25 de Abril, isto é, desde o 2 de Maio, como já disse em conversas anteriores, venho ficando cada vez mais desiludido com os intelectuais e ideólogos que se arrogaram ao direito de governar o país com o nosso beneplácito. Fizeram asneiras sobre asneiras até nos afundarmos de tanga, no pântano, dando largas à prepotência e ao despesismo, criando muitos «endinheirados» à custa do erário público e descurando dos anseios e direitos mais legítimos da população. O que interessa na governação é o pragmatismo com ideias novas e realizáveis, sem ideologias que envenenam e alienam. A honestidade e a consideração pelo povo é indispensável. Os cartões de crédito para os gestores e quejandos são um emblema de marca do se passou! Olhar para o futuro é mais importante do que só até à ponta do nariz. Embora nos últimos tempos eu não esteja bem de finanças, parece que, na totalidade, não estamos tão mal como anteriormente, embora sempre «na mão de baixo»…

CÃO: Agora não posso falar mais contigo porque tenho de me preparar para ouvir a Grande Entrevista que Judite Sousa vai ter com Marques Mendes na RTP 1.
PINCHA:
Então. Até outra vez. Julgo que teremos muita coisa para discutir depois dessa entrevista que deve servir para vender o seu livro. Vou ver se me entretenho a preparar o post a ser publicado nos próximos dias com esta nossa conversa.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

AS AVALIAÇÕES

CÃO: Ouviste os Sindicatos falarem muito mal das avaliações de professores?
PINCHA:
Porquê?

CÃO: Não sei. Julgo que pode parecer desprestigiante e degradante para os professores.
PINCHA:
Discordo e garanto-te que um amigo meu, com mais de 70 anos, ainda quer ser informal e anonimamente avaliado pelos alunos.

CÃO: Ele não é maluco?
PINCHA:
Ao contrário, até é bem pensante. É uma pessoa segura que iniciou a sua carreira de docência aos 25 anos e continua a ajudar os alunos a aprenderem aquilo que desejam.

CÃO: Assim, podem não cumprir os programas.
PINCHA:
Não sei porquê. Os programas são uma espécie de «guias sonoras» que se colocam nas auto-estradas para os condutores se aperceberem que se estão a desviar. Dentro do programa estabelecido, os alunos sabem melhor do que ninguém aquilo que lhes interessa aprender mais e melhor. Ao professor cabe a missão de os ajudar nessa tarefa que nem sempre é fácil, tanto para os alunos como para muitos professores. Não é impondo conceitos e matérias que os alunos vão aprender se não tiverem interesse nisso. Ensinar sem aprender pode ser o ponto fulcral de muito insucesso escolar. E, em Portugal, é enorme!

CÃO: Como é que se há-de fazer?
PINCHA:
Se o professor é amigo e apoiante dos alunos e, logicamente, o mais «sabedor» naquela situação, compete a ele orientar e ajudar os alunos sem os violentar, menosprezar ou «ignorar». Se assim não for, o aluno pode ver os professores como capatazes do Ministério da Educação que cumprem o programa «debitando» pontual e rigorosamente a matéria como num controlo orçamental. Nem os gestores medianos serão tão «tansos». Os professores, ao contrário, terão de ser bons gestores das suas aulas.

CÃO: Queres dizer que não deve haver disciplina?
PINCHA:
Em vez de ser o meu amigo a falar, sou eu próprio que digo que a disciplina tem de se manter até em casa. Os pais têm de manter a disciplina e, para tal, não necessitam de ser rudes ou violentos e ir contra todas as vontades dos filhos. Às vezes, terão de ser capazes de os convencer que os seus desejos não são aceitáveis. E, por acaso, talvez com pais incapazes de «educar» os filhos, possa situar-se algum mal-estar que se verifica em algumas escolas em que os alunos se revoltam contra alguns professores, porque aprenderam com os pais, em casa, a serem mal-educados. Outras vezes, podem revoltar-se, com razão, contra a incompetência e prepotência de professores que estão a dar aulas só porque têm as credenciais profissionais em ordem.

CÃO: Se têm as credenciais, já viste que tenho razão?
PINCHA:
Em que? Como vais erradicar das escolas os professores que são incompetentes e mal-educados nas aulas? Quem fará esta verificação? Só por terem sido nomeados professores, este estatuto dá-lhes o direito de serem prepotentes? Nunca soubeste de professores que entram nas aulas e, depois de se sentarem, põem os pés (se dissesse patas, ofenderia os outros animais?) em cima da mesa à sua frente. Eu vi isso até numa universidade. E era professor de sociologia! Outros fumavam e não deixavam que os alunos fizessem o mesmo porque era proibido fumar nas aulas. E os maus exemplos que os professores dão com vários comportamentos? Como se vai controlar isso sem com uma avaliação honesta, sincera e objectiva?

CÃO: Querias que os alunos fumassem?
PINCHA:
Queria que ninguém fumasse porque faz mal à saúde do fumador mas, pior ainda, dos que são obrigados a fumar passivamente. Além disso, polui o ambiente. Também o cheiro é tão desagradável que se descobriram desodorizantes para isso. Existe o risco de incêndio!

CÃO: Assim estamos mal.
PINCHA:
Mal, porquê? Em todas as profissões e situações existem avaliações. Os consumidores avaliam os produtos que consomem e podem punir o produtor não os utilizando. Os contribuintes avaliam os impostos podendo negar o seu voto ao governante pior.

CÃO: Tu achas mesmo necessária a avaliação?
PINCHA:
Se o meu amigo não a conseguisse, ficaria aborrecidíssimo porque deixaria de ter uma «bengala» importante para poder dar as aulas ao seu gosto e ao dos alunos com quem tem mantido sempre uma relação de amizade e bom entendimento, com controlo da situação.

CÃO: Então, os sindicatos têm medo de «desproteger» os malandros e os oportunistas?
PINCHA:
Não sei. Quanto aos salários acho que têm razão. Pode ser que os mais competentes se virem para outras profissões menos mal remuneradas. E achas que nessas profissões não são obrigados a escrever cartas, ofícios, relatórios, actas e a preparar e conduzir reuniões? Mesmo que tenham tempo disponível para isso alguns professores acham que é uma tarefa «extra». Não será por incapacidade de adaptação ou incompetência dos mesmos? E os que fazem esse serviço não deverão ser mais bem avaliados? Qual o medo da avaliação? Porquê?

CÃO: Com vagas disponíveis para os menos vocacionados para professor, o que esperas?
PINCHA:
Espero o medo da descoberta da sua incompetência numa avaliação a sério e não tão ligeira como a actual, que seja passível de «descobrir a careca» de alguns que lá estão só para ganhar o seu. Mas, trata de ter cuidado. Não tens sindicato que te proteja das demarcações que, de vez em quando, ficam mal feitas nas tuas correrias levantando a perna onde não deves.

A POLÍTICA PARTIDÁRIA

CÃO: Prrt...
PINCHA:
Ah! Que é isto?

CÃO: É o que Diogo Freitas do Amaral fez hoje na Grande Entrevista com Judite Sousa.
PINCHA:
Julguei que era outra coisa!

CÃO: Aquilo que devíamos fazer na cara de muitos politiqueiros?
PINCHA:
Talvez. Mas não percebi a razão do «desaparecimento» do telegrama do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral no processo de Camarate.

CÃO: E percebeste porque razão as investigações sobre o Fundo de Defesa Nacional não prosseguiram ou ficaram inacabadas?
PINCHA:
Porque?

CÃO: Porque já não interessavam a Amaro da Costa…
PINCHA:
Também parece que a verdade sobre «CAMARATE» interessa que não venha ao de cima.

CÃO: Queres falar com o Cunhas e Rodriguinhos?
PINCHA: Para perguntar aos familiares dos presumíveis culpados se não acham que eles são inocentes?

CÃO: Não achas que Freitas do Amaral foi sincero no que disse?
PINCHA:
Não sei se foi sincero, mas pareceu e gostei de o ouvir. «Direitistas» destes deveriam ser bem-vindos no nosso país de meliantes camuflados de generosos e amigos do povo... só se for o deles!

CÃO: Queres dizer que este governo é bom?
PINCHA:
Se é mau, não te contradigo, mas achas que «arranjas» um melhor? Onde fica o teu caixote de lixo?

CÃO: Já sei que não te posso contradizer. Vou dar a minha volta.
PINCHA:
Cuidado. Pode aparecer aí algum «Esquerdista» para te multar porque molhaste a árvore errada ou «proibida».

domingo, 19 de outubro de 2008

MILAGREIROS E TRAPACEIROS

CÃO: Estás a escrever no teu blog?
PINCHA:
Um amigo meu disse-me que está farto da vida miserável que tem tido nos últimos tempos.

CÃO: Raio de governo!
PINCHA:
Ou raio de conjuntura?

CÃO: A Manuela Ferreira Leite não diz isso.
PINCHA:
Se não é isso, deve ter falta de memória.

CÃO: Porque?
PINCHA:
Já não deve ter memória do governo de que fez parte.
O “monstro” de economia não foi «concebido» no tempo dela? Não foi até um seu correligionário que fez lembrar isso?

CÃO: E depois?
PINCHA:
Os outros meteram-se nos patins e continuaram alegremente até que…

CÃO: Mas o Durão Barroso trouxe uma inovação.
PINCHA:
Inovação ou Confusão, até que chegou a Exportação e a Representação, onde interessa mais falar do que actuar. Depois, chegou o Salvador Santana!

CÃO: E posteriormente, o Forreta Sócrates.
PINCHA:
Espera agora pela Milagrosa Manuela que deve ter memória suficiente do «seu» governo anterior.

CÃO: Memória para quê?
PINCHA:
Para se lembrar que actuou tão bem que foi devidamente cumprimentada da rua por um aluno.

CÃO: A agora?
PINCHA: Com os milagres que promete, deve ser devidamente cumprimentada por um contribuinte.

CÃO: Esperemos para ver se os portugueses também estão com falta de memória.
PINCHA:
Não te esqueças de que são horas de avivares a tua memória com um passeio fora de casa. As eleições ainda não chegaram.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

DOGJACKING

CÃO: Ouviste a Maria José Morgado falar hoje na criminalidade na Grande Entrevista?
PINCHA:
Sim.

CÃO: Ela diz que a dissuasão é o melhor remédio!
PINCHA:
Como?

CÃO: Evitando que o crime se consuma.
PINCHA:
Pondo um polícia em cada esquina à espera que o crime esteja para ser consumado?

CÃO: Onde vão buscar tantos polícias mesmo que os tirem de trás das secretárias?
PINCHA:
Senão como será possível evita a prática do crime?

CÃO: Pendendo os criminosos.
PINCHA:
Para os porem cá fora logo depois de ouvidos pelos juízes?

CÃO: Mas agora não é assim.
PINCHA: Então como é agora?

CÃO: Aqueles que andam com armas de fogo, etc. são presos preventivamente.
PINCHA:
Gostava de ver prender os mandantes ou os que são do «sistema».

CÃO: Estou atordoado mas gostei da entrevista. Parece uma senhora simpática e com boas intenções.
PINCHA:
E com acções que não agradam a muitos.

CÃO: O espectáculo que se faz à volta de tudo isto também não é salutar para evitar ou moralizar a situação.
PINCHA:
Também acho.

CÃO: Qualquer dia deixo de sair contigo.
PINCHA:
Porque?

CÃO: Por causa do «Dogjacking»
PINCHA: Como?

CÃO: Qualquer dia chegam-se ao pé de ti de arma apontada e dizem: “Passa para cá o cão e nada de resistência”. O que é que tu fazes?
PINCHA:
Boa pergunta.

CÃO: A resposta é óbvia. Até a casa do Procurador foi assaltada!... e ninguém conseguiu fazer coisa alguma.
PINCHA:
Boa resposta… e dedução.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

AS GORJETAS

CÃO: Já sabes que é obrigatório declarar as gorjetas nas receitas para o IRS?
PINCHA: Já era há mais de dez anos!

CÃO: Porque se lembram agora de fiscalizar agora?
PINCHA: Não sei, mas podes perguntar a quem se lembrou disso.

CÃO: E os políticos não têm de declarar os seus «teres» e «haveres» no momento em que iniciam e findam a sua actividade pública?
PINCHA: Julgo que estamos no mesmo dispasão!

CÃO: As Finanças já se lembraram de «chatear» os que, por acaso, se esquecem de cumprir a lei?
PINCHA: Não sei mas tens de perguntar também a eles.

CÃO: E se as gorjetas forem dadas ao meu «sobrinho» que trabalha como taxista na Suiça também tenho de declarar?
PINCHA: Julgo que não.

CÃO: E se as gorjetas forem presentes, prendas ou oferendas?
PINCHA: Julgo que também não.

CÃO: Então vou pedir ao meu primo que trabalha na Alemanha, como trolha, que as receba como presentes ou oferendas.
PINCHA: Então, é por isso que os políticos não têm de declarar as prendas, oferendas ou presentes que recebem quando estão no activo ou quando acabam de sair do mesmo depois do serviço completo! E ninguém os «chateia» por isso.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

AMEAÇAS

Cão: Viste na TV que já existe alguém a fazer ameaças ao Gonçalo Amaral, o autor do novo livro sobre a «Maddie»?
Pincha: Porquê?

Cão: Pergunta a quem faz as ameaças.
Pincha: Não são os pais dela?

Cão: Suponho que sim.
Pincha: Deixa-me pensar. Geralmente, quem faz ameaças é porque tem medo de que as coisas corram mal e até talvez detenha muito poder. Pode tentar «agarrar» uma situação antes que corra mal para si próprio.

Cão: Queres dizer que o próprio está a tentar defender-se atacando ou ameaçando?
Pincha: Mas isso é o comportamento dos que se sentem encurralados.

Cão: E se não se sentissem «encurralados»?
Pincha: Tentariam deixar que as coisas corressem os seus percursos normais e depois, iriam reagir de acordo com as circunstâncias.

Cão: É o que se faz vulgarmente quando se tem razão.
Pincha: Não consigo compreender porque é que os McCann se preocupam tanto com o seu «bom-nome» e «reputação»

Cão: Para mim, se tivessem qualquer dessas duas coisas, a sua primeira preocupação seria a de não deixar as crianças sozinhas, de noite e durante tanto tempo, numa localidade estranha aos seus ambientes costumeiros, para se meterem nos copos com os amigos.
Pincha: Quando saio com os meus filhos é essa a minha primeira preocupação. Depois vêm as jantaradas e as bebedeiras.

Cão: Eu sou, cão, mas nunca faria uma coisa dessas a não ser que não me importasse que os filhos desaparecessem ou passassem um mau bocado.
Pincha: Bons pensamentos. Oxalá que não apanhes o vírus dos humanos. E se os pais se preocuparem com uma boa indemnização com a desculpa do bom-nome? Como apareceu o dinheiro e o porta-voz que não deve ser barato e que trabalha para altas entidades? Qual a sua necessidade?

terça-feira, 22 de julho de 2008

MADDIE, MADDIE, Onde estás tu?

Cão: O que é que achas do caso Maddie?
Pincha: Nada. Parece que todos falam só para não estarem calados.

Cão: O antigo director da PJ tem razão?
Pincha: Se tem razão porque é que os pais dela foram constituídos como arguidos? Porque é que Gonçalo Amaral foi afastado do caso?

Cão: Mas as investigações não deviam continuar?
Pincha: Se a PJ não conseguiu apurar coisa alguma, para mais, com o afastamento do cônsul inglês no Algarve, com a interferência do primeiro-ministro e com o silêncio ou falta de memória e discrepância nos testemunhos de todos os intervenientes?

Cão: Mesmo assim!
Pincha: Com as nossas crianças isso não acontece apesar de não terem sido abandonadas pelos pais para ir jantar e meterem-se nos copos com os amigos! Com os nossos pouca gente se importa, durante pouco tempo e depois, cai tudo no esquecimento. É assim a vida!

Cão: Muito dinheiro se gastou em tudo isso.
Pincha: Donde é que veio esse dinheiro, para mais, com a facilidade com que apareceu?

Cão: Os pais parece que não ajudaram coisa alguma com o espalhafato que fizeram, com os lapsos de memória e com a tentativa de condução das pistas num determinado sentido.
Pincha: Teriam algum interesse em particular?

Cão: Não sei.
Pincha: Mas dizem que apagaram algumas chamadas telefónicas. Será verdade? Porque?

Cão: Esperemos que Gonçalo Amaral nos diga qualquer coisa agora. É pena ter de abandonar uma carreira de que se gosta.
Pincha: Pelo menos, que tenha melhor sorte na sua nova vida.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Português Típico

Cão: Já ouviste dizer na TV que Carlos Queirós foi bem escolhido para treinador da Selecção nacional de futebol?
Pincha: Acho que foi uma óptima escolha, embora não perceba muito de futebol.

Cão: Qual a razão de não ter sido designado para treinador nacional há mais tempo? Já devia ter sido escolhido «há 14 anos atrás».
Pincha: Muito simplesmente, porque só descobrimos as coisas «há 14 anos à frente». Andamos sempre atrás das coisas a não ser que uma «lei» resolva, por milagre entrar em acção e exija agora aos fumadores aquilo que se começou a exigir há muito tempo na Europa.

Cão: Queres tu dizer que andamos sempre a reboque dos outros!
Pincha: Precisamente. Só depois de haver leis semelhantes na Europa começámos a intervir cá. Os fumadores não poderiam ter actuado por decisão própria? Incluindo, dentro de casa? E, às vezes, na cama? Hoje fiquei agradavelmente surpreendido quando fui dar um passeio a Sintra e vi parques de estacionamento de automóveis em quase todas as estações de caminho de ferro. Isto já existia na Inglaterra há mais de 30 anos em quase todas as estações na periferia de Londres e de outras grandes cidades.

Cão: Queres tu dizer que é como a publicidade gratuita e não endereçada que «por decreto» do «nosso primeiro» não deveria entrar nas caixas de correio sem autorização dos donos mas que até as deixa pejadas em todas as residências?
Pincha: É mais ou menos assim, infelizmente.

Cão: Dizemos que é necessário fomentar o transporte público mas nada fazemos para incentivar a sua utilização.
Pincha: Os portugueses são assim. Falam muito e fazem pouco. Dizem o que se deve ou aquilo que os outros devem fazer mas não fazem coisa alguma nesse sentido. «Bem prega Frei Tomás».

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O CUSTO/BENEFÍCIO

Cão: Viste a entrevista de Judite Sousa e José Alberto Carvalho com o Sócrates?
Pincha: Para quê? Parece que andavam ao «ataque». Fizeram-me lembrar os «mabecos» de Angola!

Cão: Para saber se concordas com o custo/benefício.
Pincha: De quê?

Cão: Dos empreendimentos dos aeroportos, TGV etc.
Pincha: O que é que eu tenho a ver com isso?

Cão: Não achas que todos devemos saber isso?
Pincha: Só se estiverem relacionados com o país. Alguns não são particulares?

Cão: Alguns são.
Pincha: Então, só me interessam se forem benéficos para o país.

Cão: E a parte financeira?
Pincha: A parte financeira é com os empreendedores. Eles que façam a análise do custo/benefício. O que é que eu tenho a ver com isso se não me agravam os impostos nem me criam quaisquer encargos suplementares?

Cão: E não achas que os partidos políticos deveriam saber de tudo isso antes de se avançar com um projecto?
Pincha: Um projecto que esses partidos apoiaram anos antes quando estavam no poleiro? O que eu acho é que os partidos políticos deveriam apresentar opções políticas sólidas e credíveis que os cidadãos vulgares pudessem escolher como boas. A tentativa política obsessiva de querer «derrotar» o líder político que estiver no poder para o da oposição ficar no «poleiro» parece uma péssima opção para qualquer partido que se preze. O que esse partido político deveria fazer é uma análise custo/benefício de ter esses políticos nas suas fileiras.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A ECONOMIA DEBILITADA

Cão: Estás mal disposto?
Pincha:
Não.

Cão: Então, o que é que tens com essa cara tão triste que até parece de sofrimento?
Pincha:
Estou preocupado com a situação actual.

Cão: Com a nova presidente do PSD que diz coisas contraditórias em relação às propostas antigas feitas por eles?
Pincha:
Isso é «normal» em todos eles. Hoje dizem uma coisa e amanhã o contrário com a mesma desfaçatez e convicção dando justificações para tudo. É a profissão e a perícia dos nossos políticos.

Cão: Afinal, quais são as tuas preocupações?
Pincha:
A economia e o receio de que a situação se degrade ainda mais.

Cão: Tens razão. Lembras-te do 25 de Abril?
Pincha:
Sim. Porque?

Cão: Estás com disposição de me ouvir «discorrer» sobre a minha ideia?
Pincha:
Se, entretanto, conseguires sentar e descansar debaixo desta árvore que já marcaste como tua!

Cão: A revolução foi feita, bem ou mal, porque a política tanto nacional como a ultramarina estavam completamente erradas. Deixavam também os militares, que era quase toda a população so País, completamente exaustos e sem fôlego para outras coisas relacionadas com a melhoria das condições de vida de todos. Além de matar e violentar o seu semelhante e antigo companheiro e amigo, a população passou a ter necessidade de emigrar em força.
Pincha:
Aonde é que queres chegar com isso?

Cão: Ainda estás acordado? Não me interrompas. O 25 de Abril foi bom mas o pós 2 de Maio foi péssimo.
Pincha:
Como assim?

Cão: No 25 de Abril vim para a rua, todo satisfeito e senti a alegria das pessoas como se tivessem sido libertadas de um pesadelo. Continuei a ver e a sentir isso nos dias seguintes e decidi ir ao Terreiro do Paço do dia 1 de Maio. Foi o máximo! Nem queiras saber a alegria que senti com tudo isso e com a esperança que criei numa nova vida.
Porém, quando fomos ao Alentejo no dia 2 de Maio, verifiquei que as mentalidades estavam distorcidas e que as pessoas pensavam em não fazer outra coisa senão apropriaram-se daquilo que era dos outros para não fazerem mais nada. Era só «sacar».
E os programas de televisão com os chamados «revolucionários» a incitarem à desordem e aos tumultos! Era preciso defraudar todos os que não eram do agrado e não fazer mais nada.
As comissões de saneamento dos militares em que entraram os «vigaristas» que nunca tinham trabalhado antes? Até sanearam indivíduos por serem homosexuais ou jogarem às cartas durante o serviço «e ganharem», independentemente de serem bons profissionais, nada conotados com o «antigo regime», pessoas honestas e até bons colegas. Tal foi a ganância de alguns para subir de posto.
E a destruição que se provocou na Embaixada de Espanha e em outros sítios que todos tivemos de indemnizar com o dinheiro dos contribuintes?
Se, com as «amplas liberdades», em vez de tentar «rebentar», os «Melros», os «Chapolimões» e outros que tais, o Estado os tivesse controlado devidamente no exagero dos ganhos obrigando-os a reparti-los melhor com os trabalhadores, não teríamos de lhes reconstruir agora as empresas em seu favor e com o dinheiro dos contribuintes. Eles não estão agora melhor do que antes? E quem são os actuais milionários que proliferam como cogumelos? Não são alguns dos antigos, com mais alguns que eram «pobretanas»?
Se em vez de rebentar com o ouro que o «velho das botas» tinha acumulado com a sua forretice, o utilizassem para programas de melhoria e fomento, a economia não estaria tão debilitada como agora. Talvez estivéssemos, há anos, muito melhor do que a Espanha que tanto invejamos agora!
E agora, a reconstruir a carreira dos militares abrangendo as de alguns que destruíram a carreira dos outros ajudando a depauperar o país!
Pincha:
São os malefícios das «revoluções» feitas à pressa, sem programas honestos para o futuro. Sai um prepotente e entra outro ou mais alguns. Por isso, a democracia é muito importante. Mas na democracia «todos» temos de entrar, falar a agir. Não podemos estar comodamente sentados no sofá.

Cão: Já acordaste? Julgava que estavas a dormitar. Trata de te mexeres também!
Pincha:
E achas que, à minha maneira, não faço isso? Só não dou espectáculo.

Cão: O que me apetece agora é ir fazer o meu giro para junto de certas pessoas. Mas não tenho sorte. Todos têm uma chusma de aderentes, «guarda-costas», ou comparsas ou «simpatizantes» à sua volta que não me deixam aproximar.
Pincha:
Então até à próxima. Boa sorte no próximo giro.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

RES NON VERBA

Cão: Estás muito sorumbático hoje. Ouviste, por acaso, o telejornal da noite?
Pincha:
Não prestei muita atenção. Porquê?

Cão: Não ouviste a nova presidente do maior partido da oposição dizer que é necessário apresentar aos portugueses novos projectos?
Pincha:
Para quê?

Cão: Se calhar, para fazer andar Portugal para o «pelotão da frente» da Europa.
Pincha:
Isso disse um antecessor dela há cerca de vinte anos e prometeu aos portugueses, vencimentos iguais aos da restante Europa em quatro anos. Em que é que ficou? Ele melhorou de poleiro? Como é que ficaram os portugueses? Melhoraram de impostos?

Cão: Olha que já podemos circular por toda a Europa à vontade!
Pincha:
De bolsos vazios!

Cão: Não sejas pessimista.
Pincha:
Eu, pessimista, quando é ela que diz que a sociedade está crispada?

Cão: Ela lá sabe o que diz.
Pincha:
Se calhar, está à espera que toda a sociedade lhe mostre o rabo como fez aquele aluno quando ela era governante. Ou será que se diz governanta?

Cão: Deixemos de dichotes e fala a sério. O que é que tens?
Pincha:
Não tenho coisa alguma e muito menos dinheiro de que tanto preciso. Com os bens de consumo e de primeira necessidade a aumentarem, com a diminuição de ajudas que poderíamos receber, a começar pela redução de impostos a serem pagos maioritariamente pela classe menos do que média, como queres que eu esteja? Necessito de acções válidas e não projectos. Não me interessam nem fantasias nem projectos e muito menos promessas. Exijo realidades para tirar a barriga da miséria.

OS POLÍTICOS E AS SUAS SÁBIAS GOVERNAÇÕES

Cão: Falaste outro dia em lixeiras mas nada disseste em relação às propagandas sem menção do destinatário, que são «impingidas» nas caixas de correio.
Pincha:
Existe uma legislação que proíbe a inclusão desta propaganda contra a vontade do destinatário.

Cão: Isso sei eu. Então, porque é que não se cumpre?
Pincha:
Talvez porque não existe fiscalização.

Cão: Nas lixeiras também não. Se existe gente que vai ver aquilo que se deitou na lixeira que fica a vários quilómetros do povoado, gastando meios de transportes que são pagos pelos munícipes, não pode existir alguém que passe, a pé, pelas caixas de correio e veja aquilo que está ilegalmente colocado em todas elas?
Pincha:
Pode não haver indicação de que esse correio, sem destinatário, não é desejado.

Cão: Em tempos, logo depois dessa legislação proibitiva, houve dísticos que diziam isso. Mas quando fazia o giro para «marcar o meu território» vi indivíduos dessas propagandas a tirarem os dísticos. Seguindo-os disfarçadamente do sítio das moradias para o dos prédios grandes, vi que aproveitavam a oportunidade de não estar ninguém no patamar de entrada para tocarem a campainha e dizerem que eram dos correios. Depois, entravam para tirar uma folha grande colada na porta que dizia que o correio sem destinatário não era desejado.
Pincha:
Já viste?

Cão: Já vi o quê?
Pincha:
Que é possível fazer isso sem ninguém saber?

Cão: Então, achas que as propagandas do Modelo, Continente, Moviflor, Staples, Remax, ISI, Lidl, DICA, Pingo Doce, Media Markt e outras que tais de venda de casas, mobílias, passeios turísticos, etc. são indetectáveis? Quem são os responsáveis? Os transportadores ou os donos da propaganda? Não é perfeitamente admissível que sejam os donos que mandam colocar a propaganda em todas as caixas de correio? Deixam as caixas completamente entupidas e a abarrotar sem lugar para o correio que é indispensável. Onde se coloca depois o correio legal e devidamente endereçado? Nestas condições, uma carta devidamente endereçada pode ficar de fora e ir parar à rua! Qual o seu destino?
Pincha:
Mas os donos das promoções podem não ter dito para infringir a lei.

Cão: Achas bem que um cão vadio entre na minha casota e se acoite lá deixando-me de fora ou dando-me um lugar diminuto? Admites que, contra a vontade do dono, a caixa de correio fique cheia de propaganda indesejável, sem lugar para o correio devidamente endereçado que fica desprotegido?
Pincha:
Como é que se pode resolver?

Cão: Isso era possível resolver depois de um fiscal «apanhar» um dos distribuidores o qual se responsabilizaria pelo acto cometido ou diria quem é o mandante. Assim, podia ser facilmente solucionado o problema das coimas.
Pincha:
Tens razão.

Cão: Tenho razão em muitas coisas, especialmente quando digo que a legislação é feita para «apresentar trabalho», «apanhar os incautos» ou «tapar a boca aos cidadãos». Quase nunca é para resolver os problemas de fundo. Quando as coisas estão mal, os governantes dizem que existe legislação que não é cumprida. A das propagandas, até parece que foi feita pelo «nosso primeiro» quando esteve no «ambiente»
Pincha:
Parece-me que sim. E tu não achas que existe também uma legislação para não «demarcares fora do penico» os teus lugares de estimação?

Cão: Eu não sei ler! Por isso, um dos meus alvos favoritos vai ser, um dia, algum político.
Pincha:
Gostava de estar presente.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

AS LIXEIRAS E OS POLÍTICOS

Cão: Ouviste aquela notícia dada na SIC pela Conceição Lino de que uma senhora, por acaso mais cumpridora do que muitas pessoas, foi notificada para pagar uma multa entre 400 a 3700 euros porque encontraram, indevidamente, numa lixeira, um envelope endereçado a ela? Pincha: Fiquei confuso e incrédulo com essa notícia. Porque iria ela deitar um envelope dirigido a si numa lixeira a 15 quilómetros de sua casa? Não teria mais nada que fazer ou estaria disposta a infringir as leis, deliberadamente, com tanto sacrifício? Por acaso, essas empresas transportadoras dos lixos para as lixeiras, não são, geralmente, dirigidas por alguns dos políticos que nos governam?

Cão: Não sei, mas porque teria ela deitado a carta no lixo?
Pincha:
Sei lá se foi ela que a deitou ou se foi mais alguém que fez isso? Contaram-me que uma vez, numa casa abandonada, mas com dono, este recebeu uma carta com uma conta antiga. Como a porta do quintal não estava fechada à chave, um «pobre necessitado» entrou e fez as suas «necessidades maiores». Utilizou um bocado de viga grossa que segurava o portão de entrada para arrombar a caixa de correio, tirou de lá uma carta, limpou o «sim senhor» à mesma e deitou o envelope no jardim. Essa conta «bem pintada» e amarrotada estava no cesto do lixo mas o envelope encontrava-se à solta no jardim perto duma árvore onde se encontrava o «presente». Quando o dono da casa foi retirar o correio, sem poder ver a conta, apanhou o envelope e, assim, teve a possibilidade de se dirigir à entidade emissora para saber do que se tratava.

Cão: E o que é que aconteceu?
Pincha:
Pagou o que devia, tendo tido conhecimento de que o atraso no pagamento daria direito a uma multa. E se a transportadora dos lixos depositasse o extracto da carta e o respectivo envelope na tal lixeira o que aconteceria?

Cão: Provavelmente, ele teria o prazer de pagar uma coima já que se tinha safado da outra. Não era bonito?
Pincha:
Brincas com coisas sérias mas, se todos os programas de «propaganda» chamados pedagógicos, que se apresentam na televisão com actores e actrizes conhecidos, dessem mais esclarecimentos seria muito melhor do que deixarem-me na ignorância em relação a muitas coisas importantes. Por exemplo, eu ainda não sei onde deitar uma embalagem de plástico que tenha servido para transportar comida dum pronto a comer. Julgo que as garrafas têm de ser deitadas no vidrão, escorridas e sem as tampas de plástico ou de metal. Estas, de metal e de plástico juntamente com as embalagens, vão para o contentor amarelo, também bem escorridas. Julgo também que o papel e o cartão devem ir para o contentor azul. E os panos de limpeza? O que se mete no contentor dos lixos da casa e comida? E o papel químico? Etc. etc?

Cão: Tu não leste as instruções que foram distribuídas?
Pincha:
Li aquelas que foram distribuídas há bastante tempo e não fiquei completamente elucidado embora faça os possíveis para ir ao encontro do pretendido: Poluir o menos possível e despoluir o ambiente que é nosso e que vai ficar para os vindouros.

Cão: Então, estás a fazer bem e não precisas de mais nada.
Pincha:
Não sei se estou a fazer bem, mas preciso de mais informações.

Cão: O que queres mais?
Pincha:
Que em vez de campanhas com actrizes ou figuras conhecidas a dizer que «dão presentes», necessito que me digam concretamente, em cada caso específico, o que devo fazer e como devo actuar. Se são actores, que montem uma cena a apresentar todas as hipóteses possíveis a fim de podermos dar respostas correctas. Se a cena for repetida, mesmo que seja menos frequentemente do que agora, as pessoas podem ver aquilo que devem fazer na prática. Teriam pontos de referência para o seu futuro procedimento. Além disso, assim como aparece a DICA ou outros folhetos de propaganda que são impingidos nas nossas caixas de correio podiam ser distribuídos folhetos elucidativos pormenorizados, equivalentes às situações apresentadas na televisão. Isso seria uma ajuda válida e substancial.

Cão: E achas que isso motivaria as pessoas a comportarem-se melhor?
Pincha:
Depois disso, só quem não estivesse motivado procederia doutra maneira, coisa que agora fazem muitos porque não estão devidamente elucidados, tal como eu.

Cão: E donde viria o dinheiro para isso tudo?
Pincha:
Não teria de vir de parte alguma e seria muito menos do que aquele que está a ser gasto nas actuais promoções da televisão. Além disso, até bastava apenas utilizar um dos inúmeros boletins dos municípios para dar estas informações em vez de serem preenchidos com os «feitos valiosos» dos nossos «ilustres, atentos e competentes» dirigentes municipais.

Cão: E ficarias satisfeito com isto?
Pincha:
Em princípio sim. A não ser que arranjassem uma lixeira específica para «eles», mesmo que não houvesse instruções adequadas. Eu saberia onde os colocar correctamente e sem sombra de dúvida.