sexta-feira, 20 de junho de 2008

RES NON VERBA

Cão: Estás muito sorumbático hoje. Ouviste, por acaso, o telejornal da noite?
Pincha:
Não prestei muita atenção. Porquê?

Cão: Não ouviste a nova presidente do maior partido da oposição dizer que é necessário apresentar aos portugueses novos projectos?
Pincha:
Para quê?

Cão: Se calhar, para fazer andar Portugal para o «pelotão da frente» da Europa.
Pincha:
Isso disse um antecessor dela há cerca de vinte anos e prometeu aos portugueses, vencimentos iguais aos da restante Europa em quatro anos. Em que é que ficou? Ele melhorou de poleiro? Como é que ficaram os portugueses? Melhoraram de impostos?

Cão: Olha que já podemos circular por toda a Europa à vontade!
Pincha:
De bolsos vazios!

Cão: Não sejas pessimista.
Pincha:
Eu, pessimista, quando é ela que diz que a sociedade está crispada?

Cão: Ela lá sabe o que diz.
Pincha:
Se calhar, está à espera que toda a sociedade lhe mostre o rabo como fez aquele aluno quando ela era governante. Ou será que se diz governanta?

Cão: Deixemos de dichotes e fala a sério. O que é que tens?
Pincha:
Não tenho coisa alguma e muito menos dinheiro de que tanto preciso. Com os bens de consumo e de primeira necessidade a aumentarem, com a diminuição de ajudas que poderíamos receber, a começar pela redução de impostos a serem pagos maioritariamente pela classe menos do que média, como queres que eu esteja? Necessito de acções válidas e não projectos. Não me interessam nem fantasias nem projectos e muito menos promessas. Exijo realidades para tirar a barriga da miséria.

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