quarta-feira, 25 de junho de 2008

A ECONOMIA DEBILITADA

Cão: Estás mal disposto?
Pincha:
Não.

Cão: Então, o que é que tens com essa cara tão triste que até parece de sofrimento?
Pincha:
Estou preocupado com a situação actual.

Cão: Com a nova presidente do PSD que diz coisas contraditórias em relação às propostas antigas feitas por eles?
Pincha:
Isso é «normal» em todos eles. Hoje dizem uma coisa e amanhã o contrário com a mesma desfaçatez e convicção dando justificações para tudo. É a profissão e a perícia dos nossos políticos.

Cão: Afinal, quais são as tuas preocupações?
Pincha:
A economia e o receio de que a situação se degrade ainda mais.

Cão: Tens razão. Lembras-te do 25 de Abril?
Pincha:
Sim. Porque?

Cão: Estás com disposição de me ouvir «discorrer» sobre a minha ideia?
Pincha:
Se, entretanto, conseguires sentar e descansar debaixo desta árvore que já marcaste como tua!

Cão: A revolução foi feita, bem ou mal, porque a política tanto nacional como a ultramarina estavam completamente erradas. Deixavam também os militares, que era quase toda a população so País, completamente exaustos e sem fôlego para outras coisas relacionadas com a melhoria das condições de vida de todos. Além de matar e violentar o seu semelhante e antigo companheiro e amigo, a população passou a ter necessidade de emigrar em força.
Pincha:
Aonde é que queres chegar com isso?

Cão: Ainda estás acordado? Não me interrompas. O 25 de Abril foi bom mas o pós 2 de Maio foi péssimo.
Pincha:
Como assim?

Cão: No 25 de Abril vim para a rua, todo satisfeito e senti a alegria das pessoas como se tivessem sido libertadas de um pesadelo. Continuei a ver e a sentir isso nos dias seguintes e decidi ir ao Terreiro do Paço do dia 1 de Maio. Foi o máximo! Nem queiras saber a alegria que senti com tudo isso e com a esperança que criei numa nova vida.
Porém, quando fomos ao Alentejo no dia 2 de Maio, verifiquei que as mentalidades estavam distorcidas e que as pessoas pensavam em não fazer outra coisa senão apropriaram-se daquilo que era dos outros para não fazerem mais nada. Era só «sacar».
E os programas de televisão com os chamados «revolucionários» a incitarem à desordem e aos tumultos! Era preciso defraudar todos os que não eram do agrado e não fazer mais nada.
As comissões de saneamento dos militares em que entraram os «vigaristas» que nunca tinham trabalhado antes? Até sanearam indivíduos por serem homosexuais ou jogarem às cartas durante o serviço «e ganharem», independentemente de serem bons profissionais, nada conotados com o «antigo regime», pessoas honestas e até bons colegas. Tal foi a ganância de alguns para subir de posto.
E a destruição que se provocou na Embaixada de Espanha e em outros sítios que todos tivemos de indemnizar com o dinheiro dos contribuintes?
Se, com as «amplas liberdades», em vez de tentar «rebentar», os «Melros», os «Chapolimões» e outros que tais, o Estado os tivesse controlado devidamente no exagero dos ganhos obrigando-os a reparti-los melhor com os trabalhadores, não teríamos de lhes reconstruir agora as empresas em seu favor e com o dinheiro dos contribuintes. Eles não estão agora melhor do que antes? E quem são os actuais milionários que proliferam como cogumelos? Não são alguns dos antigos, com mais alguns que eram «pobretanas»?
Se em vez de rebentar com o ouro que o «velho das botas» tinha acumulado com a sua forretice, o utilizassem para programas de melhoria e fomento, a economia não estaria tão debilitada como agora. Talvez estivéssemos, há anos, muito melhor do que a Espanha que tanto invejamos agora!
E agora, a reconstruir a carreira dos militares abrangendo as de alguns que destruíram a carreira dos outros ajudando a depauperar o país!
Pincha:
São os malefícios das «revoluções» feitas à pressa, sem programas honestos para o futuro. Sai um prepotente e entra outro ou mais alguns. Por isso, a democracia é muito importante. Mas na democracia «todos» temos de entrar, falar a agir. Não podemos estar comodamente sentados no sofá.

Cão: Já acordaste? Julgava que estavas a dormitar. Trata de te mexeres também!
Pincha:
E achas que, à minha maneira, não faço isso? Só não dou espectáculo.

Cão: O que me apetece agora é ir fazer o meu giro para junto de certas pessoas. Mas não tenho sorte. Todos têm uma chusma de aderentes, «guarda-costas», ou comparsas ou «simpatizantes» à sua volta que não me deixam aproximar.
Pincha:
Então até à próxima. Boa sorte no próximo giro.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

RES NON VERBA

Cão: Estás muito sorumbático hoje. Ouviste, por acaso, o telejornal da noite?
Pincha:
Não prestei muita atenção. Porquê?

Cão: Não ouviste a nova presidente do maior partido da oposição dizer que é necessário apresentar aos portugueses novos projectos?
Pincha:
Para quê?

Cão: Se calhar, para fazer andar Portugal para o «pelotão da frente» da Europa.
Pincha:
Isso disse um antecessor dela há cerca de vinte anos e prometeu aos portugueses, vencimentos iguais aos da restante Europa em quatro anos. Em que é que ficou? Ele melhorou de poleiro? Como é que ficaram os portugueses? Melhoraram de impostos?

Cão: Olha que já podemos circular por toda a Europa à vontade!
Pincha:
De bolsos vazios!

Cão: Não sejas pessimista.
Pincha:
Eu, pessimista, quando é ela que diz que a sociedade está crispada?

Cão: Ela lá sabe o que diz.
Pincha:
Se calhar, está à espera que toda a sociedade lhe mostre o rabo como fez aquele aluno quando ela era governante. Ou será que se diz governanta?

Cão: Deixemos de dichotes e fala a sério. O que é que tens?
Pincha:
Não tenho coisa alguma e muito menos dinheiro de que tanto preciso. Com os bens de consumo e de primeira necessidade a aumentarem, com a diminuição de ajudas que poderíamos receber, a começar pela redução de impostos a serem pagos maioritariamente pela classe menos do que média, como queres que eu esteja? Necessito de acções válidas e não projectos. Não me interessam nem fantasias nem projectos e muito menos promessas. Exijo realidades para tirar a barriga da miséria.

OS POLÍTICOS E AS SUAS SÁBIAS GOVERNAÇÕES

Cão: Falaste outro dia em lixeiras mas nada disseste em relação às propagandas sem menção do destinatário, que são «impingidas» nas caixas de correio.
Pincha:
Existe uma legislação que proíbe a inclusão desta propaganda contra a vontade do destinatário.

Cão: Isso sei eu. Então, porque é que não se cumpre?
Pincha:
Talvez porque não existe fiscalização.

Cão: Nas lixeiras também não. Se existe gente que vai ver aquilo que se deitou na lixeira que fica a vários quilómetros do povoado, gastando meios de transportes que são pagos pelos munícipes, não pode existir alguém que passe, a pé, pelas caixas de correio e veja aquilo que está ilegalmente colocado em todas elas?
Pincha:
Pode não haver indicação de que esse correio, sem destinatário, não é desejado.

Cão: Em tempos, logo depois dessa legislação proibitiva, houve dísticos que diziam isso. Mas quando fazia o giro para «marcar o meu território» vi indivíduos dessas propagandas a tirarem os dísticos. Seguindo-os disfarçadamente do sítio das moradias para o dos prédios grandes, vi que aproveitavam a oportunidade de não estar ninguém no patamar de entrada para tocarem a campainha e dizerem que eram dos correios. Depois, entravam para tirar uma folha grande colada na porta que dizia que o correio sem destinatário não era desejado.
Pincha:
Já viste?

Cão: Já vi o quê?
Pincha:
Que é possível fazer isso sem ninguém saber?

Cão: Então, achas que as propagandas do Modelo, Continente, Moviflor, Staples, Remax, ISI, Lidl, DICA, Pingo Doce, Media Markt e outras que tais de venda de casas, mobílias, passeios turísticos, etc. são indetectáveis? Quem são os responsáveis? Os transportadores ou os donos da propaganda? Não é perfeitamente admissível que sejam os donos que mandam colocar a propaganda em todas as caixas de correio? Deixam as caixas completamente entupidas e a abarrotar sem lugar para o correio que é indispensável. Onde se coloca depois o correio legal e devidamente endereçado? Nestas condições, uma carta devidamente endereçada pode ficar de fora e ir parar à rua! Qual o seu destino?
Pincha:
Mas os donos das promoções podem não ter dito para infringir a lei.

Cão: Achas bem que um cão vadio entre na minha casota e se acoite lá deixando-me de fora ou dando-me um lugar diminuto? Admites que, contra a vontade do dono, a caixa de correio fique cheia de propaganda indesejável, sem lugar para o correio devidamente endereçado que fica desprotegido?
Pincha:
Como é que se pode resolver?

Cão: Isso era possível resolver depois de um fiscal «apanhar» um dos distribuidores o qual se responsabilizaria pelo acto cometido ou diria quem é o mandante. Assim, podia ser facilmente solucionado o problema das coimas.
Pincha:
Tens razão.

Cão: Tenho razão em muitas coisas, especialmente quando digo que a legislação é feita para «apresentar trabalho», «apanhar os incautos» ou «tapar a boca aos cidadãos». Quase nunca é para resolver os problemas de fundo. Quando as coisas estão mal, os governantes dizem que existe legislação que não é cumprida. A das propagandas, até parece que foi feita pelo «nosso primeiro» quando esteve no «ambiente»
Pincha:
Parece-me que sim. E tu não achas que existe também uma legislação para não «demarcares fora do penico» os teus lugares de estimação?

Cão: Eu não sei ler! Por isso, um dos meus alvos favoritos vai ser, um dia, algum político.
Pincha:
Gostava de estar presente.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

AS LIXEIRAS E OS POLÍTICOS

Cão: Ouviste aquela notícia dada na SIC pela Conceição Lino de que uma senhora, por acaso mais cumpridora do que muitas pessoas, foi notificada para pagar uma multa entre 400 a 3700 euros porque encontraram, indevidamente, numa lixeira, um envelope endereçado a ela? Pincha: Fiquei confuso e incrédulo com essa notícia. Porque iria ela deitar um envelope dirigido a si numa lixeira a 15 quilómetros de sua casa? Não teria mais nada que fazer ou estaria disposta a infringir as leis, deliberadamente, com tanto sacrifício? Por acaso, essas empresas transportadoras dos lixos para as lixeiras, não são, geralmente, dirigidas por alguns dos políticos que nos governam?

Cão: Não sei, mas porque teria ela deitado a carta no lixo?
Pincha:
Sei lá se foi ela que a deitou ou se foi mais alguém que fez isso? Contaram-me que uma vez, numa casa abandonada, mas com dono, este recebeu uma carta com uma conta antiga. Como a porta do quintal não estava fechada à chave, um «pobre necessitado» entrou e fez as suas «necessidades maiores». Utilizou um bocado de viga grossa que segurava o portão de entrada para arrombar a caixa de correio, tirou de lá uma carta, limpou o «sim senhor» à mesma e deitou o envelope no jardim. Essa conta «bem pintada» e amarrotada estava no cesto do lixo mas o envelope encontrava-se à solta no jardim perto duma árvore onde se encontrava o «presente». Quando o dono da casa foi retirar o correio, sem poder ver a conta, apanhou o envelope e, assim, teve a possibilidade de se dirigir à entidade emissora para saber do que se tratava.

Cão: E o que é que aconteceu?
Pincha:
Pagou o que devia, tendo tido conhecimento de que o atraso no pagamento daria direito a uma multa. E se a transportadora dos lixos depositasse o extracto da carta e o respectivo envelope na tal lixeira o que aconteceria?

Cão: Provavelmente, ele teria o prazer de pagar uma coima já que se tinha safado da outra. Não era bonito?
Pincha:
Brincas com coisas sérias mas, se todos os programas de «propaganda» chamados pedagógicos, que se apresentam na televisão com actores e actrizes conhecidos, dessem mais esclarecimentos seria muito melhor do que deixarem-me na ignorância em relação a muitas coisas importantes. Por exemplo, eu ainda não sei onde deitar uma embalagem de plástico que tenha servido para transportar comida dum pronto a comer. Julgo que as garrafas têm de ser deitadas no vidrão, escorridas e sem as tampas de plástico ou de metal. Estas, de metal e de plástico juntamente com as embalagens, vão para o contentor amarelo, também bem escorridas. Julgo também que o papel e o cartão devem ir para o contentor azul. E os panos de limpeza? O que se mete no contentor dos lixos da casa e comida? E o papel químico? Etc. etc?

Cão: Tu não leste as instruções que foram distribuídas?
Pincha:
Li aquelas que foram distribuídas há bastante tempo e não fiquei completamente elucidado embora faça os possíveis para ir ao encontro do pretendido: Poluir o menos possível e despoluir o ambiente que é nosso e que vai ficar para os vindouros.

Cão: Então, estás a fazer bem e não precisas de mais nada.
Pincha:
Não sei se estou a fazer bem, mas preciso de mais informações.

Cão: O que queres mais?
Pincha:
Que em vez de campanhas com actrizes ou figuras conhecidas a dizer que «dão presentes», necessito que me digam concretamente, em cada caso específico, o que devo fazer e como devo actuar. Se são actores, que montem uma cena a apresentar todas as hipóteses possíveis a fim de podermos dar respostas correctas. Se a cena for repetida, mesmo que seja menos frequentemente do que agora, as pessoas podem ver aquilo que devem fazer na prática. Teriam pontos de referência para o seu futuro procedimento. Além disso, assim como aparece a DICA ou outros folhetos de propaganda que são impingidos nas nossas caixas de correio podiam ser distribuídos folhetos elucidativos pormenorizados, equivalentes às situações apresentadas na televisão. Isso seria uma ajuda válida e substancial.

Cão: E achas que isso motivaria as pessoas a comportarem-se melhor?
Pincha:
Depois disso, só quem não estivesse motivado procederia doutra maneira, coisa que agora fazem muitos porque não estão devidamente elucidados, tal como eu.

Cão: E donde viria o dinheiro para isso tudo?
Pincha:
Não teria de vir de parte alguma e seria muito menos do que aquele que está a ser gasto nas actuais promoções da televisão. Além disso, até bastava apenas utilizar um dos inúmeros boletins dos municípios para dar estas informações em vez de serem preenchidos com os «feitos valiosos» dos nossos «ilustres, atentos e competentes» dirigentes municipais.

Cão: E ficarias satisfeito com isto?
Pincha:
Em princípio sim. A não ser que arranjassem uma lixeira específica para «eles», mesmo que não houvesse instruções adequadas. Eu saberia onde os colocar correctamente e sem sombra de dúvida.