quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A OPOSIÇÃO

CÃO: Já reparaste que agora estão a discutir o aumento do salário mínimo?
PINCHA:
Como não têm nada mais que dizer… Há um ano, todos os oposicionistas e sindicalistas queriam um salário mínimo maior do que o actualmente proposto. Agora que o Governo propõe fazer aquilo que já tinha combinado, logicamente, os oposicionistas tem de se opor. Se o salário mínimo não tivesse sido aumentado por causa da crise, também se teriam oposto às medidas do Governo. É a função da oposição quando não tem a capacidade de se opor com medidas válidas e eficazes. Se tivessem… seria tão bom!!!

CÃO: É quase «noite» às seis da tarde. Custa um pouco, especialmente quando temos claridade mais cedo do que necessitamos dela.
PINCHA:
Já te esqueceste que, há uma dezena de anos, era quase noite quando as crianças tinham de ir para a escola? Foi o grupo dos «fala-baratos» actuais que impôs estas medidas juntamente com a Terça-feira de Carnaval. Felizmente as coisas mudaram. Para não andares a refilar, seria bom que a hora de Verão mudasse no fim do Verão de S. Martinho para ser iniciada em princípios de Março, quando o sol já nasce cedo.

CÃO: Não achas que a produtividade também poderia beneficiar com isso?
PINCHA:
Com toda a certeza. Desde que se pudesse trabalhar mais tempo com luz natural, maior seria a economia na electricidade. Mas isso pode não querer dizer coisa alguma aos nossos «políticos» ou «governantes». As «medidas de fachada» são mais importantes.

CÃO: E as passeatas do Sócrates?
PINCHA:
Passear, todos passeiam quando e quanto podem. Há sempre justificações. Venha o primeiro desmentir-me.

CÃO: O Primeiro Ministro?
PINCHA:
Não, o primeiro governante de direita, esquerda, centro, canto, periferia ou qualquer outra localização. Quando se apanham com a mão na massa e com a massa na mão, poucos deixam de «mudar». Não vi qualquer excepção. Não te lembras que enquanto Deus estava em toda a parte Mário Soares já lá tinha estado antes? As proporções é que são diferentes. Mas, desde que, sacrificando-se nessas viagens «a bem da nação» façam alguma coisa para beneficiar a «população» podem ter o beneplácito dos que bem precisam de «levantar a cabeça» nesta terra que é rica de recursos que são tão mal e desigualmente explorados! Se não tivermos cuidado, qualquer dia, pode estar mais alguém a explorar esta terra bem interessante. Esperemos que não sejam os vizinhos que devem estar de olho em muitas coisas.

CÃO: Estou a lembrar-me, a propósito, daquela exploração que houve em tempos, perto de Odemira, em que um estrangeiro até foi ajudado com fundos públicos para «dar com os burrinhos na água» depois de gastar rios de dinheiro. Suponho que os oposicionistas direitistas já se esqueceram disso! O que é feito desse processo?
PINCHA:
A mim não beneficiou! Estou cada vez mais pobre, sempre à espera de melhores dias
desde o 2 de Maio de 1974.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O PRAGMATISMO

CÃO: Assististe aos Pros-e-Contras de ontem? De certeza que ouviste muita gente a falar. Onde fica a coerência?
PINCHA:
Na falta de pragmatismo.

CÃO: Como assim?
PINCHA:
Falam, falam, falam e, às vezes, não devem saber o que dizem ou são aldrabões consumados.

CÃO: Pode ser as duas coisas juntas. O nível moral de muitos dos que se encontram na política nem sem sempre é muito bom. Além dos que escaparam, existem bastantes que não deixaram de ser mencionados em tribunal com fugas e processos que se arrastam há anos. Para nós, piores são os que se posicionam atrás deles e os utilizam como marionetas ou peões de brega.
PINCHA:
Contudo, julgo que a falta de pragmatismo é muito grave.

CÃO: Mas quanto ao debate?
PINCHA:
Fiquei aborrecido com o que ouvi. Foram propostas, promessas, explicações, confusões e fugas para a frente. Às tantas, fiquei com sono e fui para a cama. Não sei qual a razão de tanta complicação. Se o Governo, com o dinheiro dos contribuintes, quer fazer com que a população não se afunde em dívidas que não pode pagar, quer ajudar a reequilibrar a economia e não deseja engordar os banqueiros, basta simplesmente fazer uma contas de somar e multiplicar. Se eu tiver um limite de pagamento de prestação mensal da casa de 21€, que passou a 25€ com a crise actual, o Governo que nos quer ajudar pode assumir para si o excesso do pagamento da prestação.

CÃO: Como? Não é isso que quer fazer?
PINCHA:
Não. O que eles querem é alienações, compras, valorizações e outros jogos financeiros, sempre à espera do «futuro» que está mais nas mãos deles do que das nossas.

CÃO: Explica melhor a tua ideia.
PINCHA:
O Governo, mediante um contrato com o dono de propriedade, que tivesse fracos recursos financeiros, assumiria durante 10 anos o remanescente da prestação, deixando para o proprietário anteriormente referido, o pagamento do montante de 20€, menor do que o actual. A propriedade não saía das suas mãos e as amortizações continuavam no seu ritmo normal nos 10 anos seguintes. Assim, o Estado ajudaria de verdade. Findo este tempo, o proprietário assumiria a dívida de tudo aquilo que o Estado tivesse pago, com os juros legais, etc. e amortizaria esse montante nos 10 anos seguintes, como qualquer outro empréstimo.

CÃO: E se o proprietário falecer?
PINCHA:
Os herdeiros legais, se estivessem nas mesmas condições, continuariam com esse esquema. Caso contrário, ser-lhes-ia retirado o benefício.

CÃO: E se a dívida remanescente actual for inferior a 10 anos?
PINCHA:
Melhor ainda. É por esse período que o Estado assumiria o esquema de ajuda com igual tempo de pagamento da dívida.

CÃO: E se o proprietário quiser vender a casa?
PINCHA:
Pagaria as dívidas por inteiro já que receberia os seus proventos. A vantagem principal seria o proprietário não ter de alienar a sua propriedade e sujeitar-se depois a avaliações, revalorizações e especulações de quem tem dinheiro e pode «jogar» com ele.

CÃO: Assim seria mais simples, transparente e honesto. E tens alguma ideia acerca das «burrices» que se fazem em relação à produtividade que todos dizem que querem?
PINCHA:
Lembrei-me agora da Terça-feira de Carnaval. Está aqui um exemplo. Achas que um dia num ano faz diferença na produtividade? Onde fica a motivação? Os operários desmotivados durante grande parte do ano por lhes ter sido feito um «insulto» tão grande de eliminar a Terça-feira de Carnaval, que produtividade irão ter durante bastante tempo enquanto se lembrarem disso? Verificaram a produtividade nesse ano? Há países, muito mais produtivos do que o nosso onde julgo que os feriados em dias não úteis são compensados com dispensa de dia útil ou próximo de fim-de-semana.

CÃO: Afinal, o que queres dizer com o teu pragmatismo?
PINCHA:
É arregaçar as mangas, mostrar trabalho, verificar a correcção das soluções, corrigir os erros e deixar-se de discursos fáceis, conversas fiadas e desonestidades.

domingo, 26 de outubro de 2008

A COERÊNCIA

CÃO: Já não te via desde ontem quando me afastei para ouvir Marques Mendes.
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Não gostaste da entrevista?

CÃO: Afinal não era na Grande Entrevista com Judite Sousa.
PINCHA:
Mas dá na mesma.

CÃO: O que eles querem é aparecer na televisão!
PINCHA:
Bom! Vem aí discurso. Vamos aproveitar a sombra desta árvore e o sol quentinho à volta para eu ficar sentado e não me cansar. Tu deitas-te à minha frente e vais falando. Senão, podem julgar que me queres morder.

CÃO: Fiquei desiludido com o que ouvi.
PINCHA:
É assim tão grave?

CÃO: Falam em coerência. De quem? Há anos quando Cavaco Silva disse que não governava sem maioria absoluta não era chantagem. Por isso, tu votaste a primeira vez nele, em benefício de dúvida mas, passado um ano, arrependeste-te. Agora que o Sócrates diz apenas que é difícil governar sem maioria absoluta, é pressão e até pode ser chantagem dentro de pouco tempo.
Quando a Manuela Ferreira Leite fez os contratos milionários com «directores-gerais», era competência; agora, deve ser despotismo ou favoritismo. Em qualquer dos governos, os nossos directores-gerais foram incompetentes? Quem é que os escolheu e promoveu? Porque é que não os mandaram embora se não prestam? Talvez alguns até agradeçam!
No tempo antigo, as Obras Públicas eram um motor de progresso; agora, são um desperdício e despesismo. Desde que bem pensadas e ponderadas até podem servir para melhorar a economia. A ponte Vasco da Gama e os automobilistas que o digam.
O descalabro da economia começou há muitos anos, com muitas miragens e ilusões: até iríamos ter dentro de quatro anos, ou pouco mais, vencimentos iguaizinhos aos da Europa! Qual delas? Nem da Espanha! E já passaram uns bons 23 anos, com 2 PSD completos e insatisfeitos, 2 PS dos quais o segundo a caminhar para o pântano, 1 PSD bate e foge para Bruxelas com a estrela das Finanças a fazer milagres, 1 PSD pontapé no rabo e, agora, 1 PS, desde 2005, o único que conseguiu que não nos afundássemos tanto como dantes embora com o «cinto apertado». Não te lembras? Eu lembro-me perfeitamente disso tudo.
PINCHA:
Lembro-me também da mirabolante Manuela Ferreira Leite no Governo do Barroso! Ela quererá repetir agora a proeza de tirar coelhos da cartola ou julgará que somos todos parvos?

CÃO: Aparece agora o fantasioso Marques Mendes a «largar bocas» e dizer aquilo que os outros devem fazer para melhorar Portugal. Porquê é que não fez com que os deputados e outros políticos se reformassem com o mesmo tempo dos outros desgraçados? Sabe-lhe bem a reforma com tão pouco tempo na política? São obrigados a aceitar os cargos ou são eles que se engalfinham para chegarem ao poder? Porquê é que esses «sacrificados» continuam como dinossauros durante décadas, se a vida política é tão má? O que fez ele durante a eternidade em que esteve no governo?
PINCHA:
Sacrifício pelo povo!

CÃO: Povo de quem? Nosso ou dele?
PINCHA:
Não sejas má língua. O povo é todo o mesmo. Só «calça» gravatas diferentes.

CÃO: No futuro, quem pensas apoiar? Tu arranjas melhor do que aquilo que já tens?
PINCHA:
De facto, entre a bolsa e a vida o que é que escolheria? E tu, o que dizes? Onde está a coerência?

CÃO: O que queres saber? Se gostei do que ouvi?
PINCHA:
Afinal…

CÃO: A única coerência que eu vejo aqui é o comportamento do Sócrates com o Cavaco e vice-versa: respeitam-se e colaboram para «não piorar» a situação que muito mal nos foi deixada pelos que falaram muito e fizeram pouco. Até Cavaco. Por isso, estou admiradíssimo com ele!
PINCHA:
Oxalá que agora haja melhoria da situação e não seja apenas eleitoralismo.

CÃO: E vais votar em quem?
PINCHA:
Já não estou na idade de assistir aos malabarismos e prestidigitações. Se as coisas estão menos mal, pelo menos deixa-as estar assim. Pelo menos isso!

sábado, 25 de outubro de 2008

A GOVERNAÇÃO ACTUAL

CÃO: O que dizes do comentário feito ao teu post sobre MILAGREIROS E TRAPACEIROS?
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Até certo ponto, acho justo.

CÃO: E a governação de Sócrates?
PINCHA:
Até certo ponto, concordo.

CÃO: Então achas que o Sócrates faz bem!
PINCHA:
Não disse isso. Disse que Sócrates, até certo ponto, não faz mal, especialmente em comparação com o que os outros fizeram no passado e com o que se pode fazer nesta conjuntura de apertos financeiros. É uma avaliação relativa.

CÃO: Não faz mal em tudo?
PINCHA:
Não. Na Justiça deixa muito a desejar porque ela tarda e é pouco eficaz, deixando os ricos e poderosos quase impunes. Para estes, há sempre desculpas e subterfúgios. Tu podes abrir os olhos para os jornais que podes ir lendo melhor do que eu quando te aproximas dos bancos dos jardins onde os reformados se sentam. Também podes ouvir as suas conversas que devem ser muito elucidativas.
Ouve se eles falam bem da Saúde que não têm e que não lhes é conservada condignamente para poderem ter uma vida aceitável. As Obras Públicas estão a reconsiderar, saudavelmente, os seus planos de investimento, absolutamente necessários para revitalizar a nossa economia. Boa opção. A Educação necessita de mais pulso nos agentes de educação e nos meios que são postos ao seu dispor. Menos «intelectualismos» e mais acção. É necessária mais intervenção educativa, menos burocracia e pouco facilitismo em alguns casos. Desenvolver a «massa cinzenta» é muito importante e motor de progresso. Senão, qualquer dia, somos amplamente ultrapassados por aqueles que conseguem exportar massa cinzenta muito mais barata. Essa massa cinzenta não é avaliada? Observa só todo o Oriente a despontar para o futuro.

CÃO: Já falaste nas avaliações...
PINCHA:
Mas vou acrescentar que existe mais gente que concorda com elas, desde que sejam mais rigorosas, honestas, públicas e objectivas. Vê lá se na China, Índia e ainda em muitos países do Ocidente não existem avaliações. Os professores devem ajudar a aprender e não impor as suas concepções. Não chega distribuir diplomas. O que deve ser avaliado é esse impacto na aprendizagem do aluno.

CÃO: O que dizes mais acerca da governação de Sócrates?
PINCHA:
Desde o 25 de Abril, isto é, desde o 2 de Maio, como já disse em conversas anteriores, venho ficando cada vez mais desiludido com os intelectuais e ideólogos que se arrogaram ao direito de governar o país com o nosso beneplácito. Fizeram asneiras sobre asneiras até nos afundarmos de tanga, no pântano, dando largas à prepotência e ao despesismo, criando muitos «endinheirados» à custa do erário público e descurando dos anseios e direitos mais legítimos da população. O que interessa na governação é o pragmatismo com ideias novas e realizáveis, sem ideologias que envenenam e alienam. A honestidade e a consideração pelo povo é indispensável. Os cartões de crédito para os gestores e quejandos são um emblema de marca do se passou! Olhar para o futuro é mais importante do que só até à ponta do nariz. Embora nos últimos tempos eu não esteja bem de finanças, parece que, na totalidade, não estamos tão mal como anteriormente, embora sempre «na mão de baixo»…

CÃO: Agora não posso falar mais contigo porque tenho de me preparar para ouvir a Grande Entrevista que Judite Sousa vai ter com Marques Mendes na RTP 1.
PINCHA:
Então. Até outra vez. Julgo que teremos muita coisa para discutir depois dessa entrevista que deve servir para vender o seu livro. Vou ver se me entretenho a preparar o post a ser publicado nos próximos dias com esta nossa conversa.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

AS AVALIAÇÕES

CÃO: Ouviste os Sindicatos falarem muito mal das avaliações de professores?
PINCHA:
Porquê?

CÃO: Não sei. Julgo que pode parecer desprestigiante e degradante para os professores.
PINCHA:
Discordo e garanto-te que um amigo meu, com mais de 70 anos, ainda quer ser informal e anonimamente avaliado pelos alunos.

CÃO: Ele não é maluco?
PINCHA:
Ao contrário, até é bem pensante. É uma pessoa segura que iniciou a sua carreira de docência aos 25 anos e continua a ajudar os alunos a aprenderem aquilo que desejam.

CÃO: Assim, podem não cumprir os programas.
PINCHA:
Não sei porquê. Os programas são uma espécie de «guias sonoras» que se colocam nas auto-estradas para os condutores se aperceberem que se estão a desviar. Dentro do programa estabelecido, os alunos sabem melhor do que ninguém aquilo que lhes interessa aprender mais e melhor. Ao professor cabe a missão de os ajudar nessa tarefa que nem sempre é fácil, tanto para os alunos como para muitos professores. Não é impondo conceitos e matérias que os alunos vão aprender se não tiverem interesse nisso. Ensinar sem aprender pode ser o ponto fulcral de muito insucesso escolar. E, em Portugal, é enorme!

CÃO: Como é que se há-de fazer?
PINCHA:
Se o professor é amigo e apoiante dos alunos e, logicamente, o mais «sabedor» naquela situação, compete a ele orientar e ajudar os alunos sem os violentar, menosprezar ou «ignorar». Se assim não for, o aluno pode ver os professores como capatazes do Ministério da Educação que cumprem o programa «debitando» pontual e rigorosamente a matéria como num controlo orçamental. Nem os gestores medianos serão tão «tansos». Os professores, ao contrário, terão de ser bons gestores das suas aulas.

CÃO: Queres dizer que não deve haver disciplina?
PINCHA:
Em vez de ser o meu amigo a falar, sou eu próprio que digo que a disciplina tem de se manter até em casa. Os pais têm de manter a disciplina e, para tal, não necessitam de ser rudes ou violentos e ir contra todas as vontades dos filhos. Às vezes, terão de ser capazes de os convencer que os seus desejos não são aceitáveis. E, por acaso, talvez com pais incapazes de «educar» os filhos, possa situar-se algum mal-estar que se verifica em algumas escolas em que os alunos se revoltam contra alguns professores, porque aprenderam com os pais, em casa, a serem mal-educados. Outras vezes, podem revoltar-se, com razão, contra a incompetência e prepotência de professores que estão a dar aulas só porque têm as credenciais profissionais em ordem.

CÃO: Se têm as credenciais, já viste que tenho razão?
PINCHA:
Em que? Como vais erradicar das escolas os professores que são incompetentes e mal-educados nas aulas? Quem fará esta verificação? Só por terem sido nomeados professores, este estatuto dá-lhes o direito de serem prepotentes? Nunca soubeste de professores que entram nas aulas e, depois de se sentarem, põem os pés (se dissesse patas, ofenderia os outros animais?) em cima da mesa à sua frente. Eu vi isso até numa universidade. E era professor de sociologia! Outros fumavam e não deixavam que os alunos fizessem o mesmo porque era proibido fumar nas aulas. E os maus exemplos que os professores dão com vários comportamentos? Como se vai controlar isso sem com uma avaliação honesta, sincera e objectiva?

CÃO: Querias que os alunos fumassem?
PINCHA:
Queria que ninguém fumasse porque faz mal à saúde do fumador mas, pior ainda, dos que são obrigados a fumar passivamente. Além disso, polui o ambiente. Também o cheiro é tão desagradável que se descobriram desodorizantes para isso. Existe o risco de incêndio!

CÃO: Assim estamos mal.
PINCHA:
Mal, porquê? Em todas as profissões e situações existem avaliações. Os consumidores avaliam os produtos que consomem e podem punir o produtor não os utilizando. Os contribuintes avaliam os impostos podendo negar o seu voto ao governante pior.

CÃO: Tu achas mesmo necessária a avaliação?
PINCHA:
Se o meu amigo não a conseguisse, ficaria aborrecidíssimo porque deixaria de ter uma «bengala» importante para poder dar as aulas ao seu gosto e ao dos alunos com quem tem mantido sempre uma relação de amizade e bom entendimento, com controlo da situação.

CÃO: Então, os sindicatos têm medo de «desproteger» os malandros e os oportunistas?
PINCHA:
Não sei. Quanto aos salários acho que têm razão. Pode ser que os mais competentes se virem para outras profissões menos mal remuneradas. E achas que nessas profissões não são obrigados a escrever cartas, ofícios, relatórios, actas e a preparar e conduzir reuniões? Mesmo que tenham tempo disponível para isso alguns professores acham que é uma tarefa «extra». Não será por incapacidade de adaptação ou incompetência dos mesmos? E os que fazem esse serviço não deverão ser mais bem avaliados? Qual o medo da avaliação? Porquê?

CÃO: Com vagas disponíveis para os menos vocacionados para professor, o que esperas?
PINCHA:
Espero o medo da descoberta da sua incompetência numa avaliação a sério e não tão ligeira como a actual, que seja passível de «descobrir a careca» de alguns que lá estão só para ganhar o seu. Mas, trata de ter cuidado. Não tens sindicato que te proteja das demarcações que, de vez em quando, ficam mal feitas nas tuas correrias levantando a perna onde não deves.

A POLÍTICA PARTIDÁRIA

CÃO: Prrt...
PINCHA:
Ah! Que é isto?

CÃO: É o que Diogo Freitas do Amaral fez hoje na Grande Entrevista com Judite Sousa.
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Julguei que era outra coisa!

CÃO: Aquilo que devíamos fazer na cara de muitos politiqueiros?
PINCHA:
Talvez. Mas não percebi a razão do «desaparecimento» do telegrama do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral no processo de Camarate.

CÃO: E percebeste porque razão as investigações sobre o Fundo de Defesa Nacional não prosseguiram ou ficaram inacabadas?
PINCHA:
Porque?

CÃO: Porque já não interessavam a Amaro da Costa…
PINCHA:
Também parece que a verdade sobre «CAMARATE» interessa que não venha ao de cima.

CÃO: Queres falar com o Cunhas e Rodriguinhos?
PINCHA: Para perguntar aos familiares dos presumíveis culpados se não acham que eles são inocentes?

CÃO: Não achas que Freitas do Amaral foi sincero no que disse?
PINCHA:
Não sei se foi sincero, mas pareceu e gostei de o ouvir. «Direitistas» destes deveriam ser bem-vindos no nosso país de meliantes camuflados de generosos e amigos do povo... só se for o deles!

CÃO: Queres dizer que este governo é bom?
PINCHA:
Se é mau, não te contradigo, mas achas que «arranjas» um melhor? Onde fica o teu caixote de lixo?

CÃO: Já sei que não te posso contradizer. Vou dar a minha volta.
PINCHA:
Cuidado. Pode aparecer aí algum «Esquerdista» para te multar porque molhaste a árvore errada ou «proibida».

domingo, 19 de outubro de 2008

MILAGREIROS E TRAPACEIROS

CÃO: Estás a escrever no teu blog?
PINCHA:
Um amigo meu disse-me que está farto da vida miserável que tem tido nos últimos tempos.

CÃO: Raio de governo!
PINCHA:
Ou raio de conjuntura?

CÃO: A Manuela Ferreira Leite não diz isso.
PINCHA:
Se não é isso, deve ter falta de memória.

CÃO: Porque?
PINCHA:
Já não deve ter memória do governo de que fez parte.
O “monstro” de economia não foi «concebido» no tempo dela? Não foi até um seu correligionário que fez lembrar isso?

CÃO: E depois?
PINCHA:
Os outros meteram-se nos patins e continuaram alegremente até que…

CÃO: Mas o Durão Barroso trouxe uma inovação.
PINCHA:
Inovação ou Confusão, até que chegou a Exportação e a Representação, onde interessa mais falar do que actuar. Depois, chegou o Salvador Santana!

CÃO: E posteriormente, o Forreta Sócrates.
PINCHA:
Espera agora pela Milagrosa Manuela que deve ter memória suficiente do «seu» governo anterior.

CÃO: Memória para quê?
PINCHA:
Para se lembrar que actuou tão bem que foi devidamente cumprimentada da rua por um aluno.

CÃO: A agora?
PINCHA: Com os milagres que promete, deve ser devidamente cumprimentada por um contribuinte.

CÃO: Esperemos para ver se os portugueses também estão com falta de memória.
PINCHA:
Não te esqueças de que são horas de avivares a tua memória com um passeio fora de casa. As eleições ainda não chegaram.