quarta-feira, 30 de julho de 2008

AMEAÇAS

Cão: Viste na TV que já existe alguém a fazer ameaças ao Gonçalo Amaral, o autor do novo livro sobre a «Maddie»?
Pincha: Porquê?

Cão: Pergunta a quem faz as ameaças.
Pincha: Não são os pais dela?

Cão: Suponho que sim.
Pincha: Deixa-me pensar. Geralmente, quem faz ameaças é porque tem medo de que as coisas corram mal e até talvez detenha muito poder. Pode tentar «agarrar» uma situação antes que corra mal para si próprio.

Cão: Queres dizer que o próprio está a tentar defender-se atacando ou ameaçando?
Pincha: Mas isso é o comportamento dos que se sentem encurralados.

Cão: E se não se sentissem «encurralados»?
Pincha: Tentariam deixar que as coisas corressem os seus percursos normais e depois, iriam reagir de acordo com as circunstâncias.

Cão: É o que se faz vulgarmente quando se tem razão.
Pincha: Não consigo compreender porque é que os McCann se preocupam tanto com o seu «bom-nome» e «reputação»

Cão: Para mim, se tivessem qualquer dessas duas coisas, a sua primeira preocupação seria a de não deixar as crianças sozinhas, de noite e durante tanto tempo, numa localidade estranha aos seus ambientes costumeiros, para se meterem nos copos com os amigos.
Pincha: Quando saio com os meus filhos é essa a minha primeira preocupação. Depois vêm as jantaradas e as bebedeiras.

Cão: Eu sou, cão, mas nunca faria uma coisa dessas a não ser que não me importasse que os filhos desaparecessem ou passassem um mau bocado.
Pincha: Bons pensamentos. Oxalá que não apanhes o vírus dos humanos. E se os pais se preocuparem com uma boa indemnização com a desculpa do bom-nome? Como apareceu o dinheiro e o porta-voz que não deve ser barato e que trabalha para altas entidades? Qual a sua necessidade?

terça-feira, 22 de julho de 2008

MADDIE, MADDIE, Onde estás tu?

Cão: O que é que achas do caso Maddie?
Pincha: Nada. Parece que todos falam só para não estarem calados.

Cão: O antigo director da PJ tem razão?
Pincha: Se tem razão porque é que os pais dela foram constituídos como arguidos? Porque é que Gonçalo Amaral foi afastado do caso?

Cão: Mas as investigações não deviam continuar?
Pincha: Se a PJ não conseguiu apurar coisa alguma, para mais, com o afastamento do cônsul inglês no Algarve, com a interferência do primeiro-ministro e com o silêncio ou falta de memória e discrepância nos testemunhos de todos os intervenientes?

Cão: Mesmo assim!
Pincha: Com as nossas crianças isso não acontece apesar de não terem sido abandonadas pelos pais para ir jantar e meterem-se nos copos com os amigos! Com os nossos pouca gente se importa, durante pouco tempo e depois, cai tudo no esquecimento. É assim a vida!

Cão: Muito dinheiro se gastou em tudo isso.
Pincha: Donde é que veio esse dinheiro, para mais, com a facilidade com que apareceu?

Cão: Os pais parece que não ajudaram coisa alguma com o espalhafato que fizeram, com os lapsos de memória e com a tentativa de condução das pistas num determinado sentido.
Pincha: Teriam algum interesse em particular?

Cão: Não sei.
Pincha: Mas dizem que apagaram algumas chamadas telefónicas. Será verdade? Porque?

Cão: Esperemos que Gonçalo Amaral nos diga qualquer coisa agora. É pena ter de abandonar uma carreira de que se gosta.
Pincha: Pelo menos, que tenha melhor sorte na sua nova vida.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Português Típico

Cão: Já ouviste dizer na TV que Carlos Queirós foi bem escolhido para treinador da Selecção nacional de futebol?
Pincha: Acho que foi uma óptima escolha, embora não perceba muito de futebol.

Cão: Qual a razão de não ter sido designado para treinador nacional há mais tempo? Já devia ter sido escolhido «há 14 anos atrás».
Pincha: Muito simplesmente, porque só descobrimos as coisas «há 14 anos à frente». Andamos sempre atrás das coisas a não ser que uma «lei» resolva, por milagre entrar em acção e exija agora aos fumadores aquilo que se começou a exigir há muito tempo na Europa.

Cão: Queres tu dizer que andamos sempre a reboque dos outros!
Pincha: Precisamente. Só depois de haver leis semelhantes na Europa começámos a intervir cá. Os fumadores não poderiam ter actuado por decisão própria? Incluindo, dentro de casa? E, às vezes, na cama? Hoje fiquei agradavelmente surpreendido quando fui dar um passeio a Sintra e vi parques de estacionamento de automóveis em quase todas as estações de caminho de ferro. Isto já existia na Inglaterra há mais de 30 anos em quase todas as estações na periferia de Londres e de outras grandes cidades.

Cão: Queres tu dizer que é como a publicidade gratuita e não endereçada que «por decreto» do «nosso primeiro» não deveria entrar nas caixas de correio sem autorização dos donos mas que até as deixa pejadas em todas as residências?
Pincha: É mais ou menos assim, infelizmente.

Cão: Dizemos que é necessário fomentar o transporte público mas nada fazemos para incentivar a sua utilização.
Pincha: Os portugueses são assim. Falam muito e fazem pouco. Dizem o que se deve ou aquilo que os outros devem fazer mas não fazem coisa alguma nesse sentido. «Bem prega Frei Tomás».

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O CUSTO/BENEFÍCIO

Cão: Viste a entrevista de Judite Sousa e José Alberto Carvalho com o Sócrates?
Pincha: Para quê? Parece que andavam ao «ataque». Fizeram-me lembrar os «mabecos» de Angola!

Cão: Para saber se concordas com o custo/benefício.
Pincha: De quê?

Cão: Dos empreendimentos dos aeroportos, TGV etc.
Pincha: O que é que eu tenho a ver com isso?

Cão: Não achas que todos devemos saber isso?
Pincha: Só se estiverem relacionados com o país. Alguns não são particulares?

Cão: Alguns são.
Pincha: Então, só me interessam se forem benéficos para o país.

Cão: E a parte financeira?
Pincha: A parte financeira é com os empreendedores. Eles que façam a análise do custo/benefício. O que é que eu tenho a ver com isso se não me agravam os impostos nem me criam quaisquer encargos suplementares?

Cão: E não achas que os partidos políticos deveriam saber de tudo isso antes de se avançar com um projecto?
Pincha: Um projecto que esses partidos apoiaram anos antes quando estavam no poleiro? O que eu acho é que os partidos políticos deveriam apresentar opções políticas sólidas e credíveis que os cidadãos vulgares pudessem escolher como boas. A tentativa política obsessiva de querer «derrotar» o líder político que estiver no poder para o da oposição ficar no «poleiro» parece uma péssima opção para qualquer partido que se preze. O que esse partido político deveria fazer é uma análise custo/benefício de ter esses políticos nas suas fileiras.