Cão: Falaste outro dia em lixeiras mas nada disseste em relação às propagandas sem menção do destinatário, que são «impingidas» nas caixas de correio.
Pincha: Existe uma legislação que proíbe a inclusão desta propaganda contra a vontade do destinatário.
Cão: Isso sei eu. Então, porque é que não se cumpre?
Pincha: Talvez porque não existe fiscalização.
Cão: Nas lixeiras também não. Se existe gente que vai ver aquilo que se deitou na lixeira que fica a vários quilómetros do povoado, gastando meios de transportes que são pagos pelos munícipes, não pode existir alguém que passe, a pé, pelas caixas de correio e veja aquilo que está ilegalmente colocado em todas elas?
Pincha: Pode não haver indicação de que esse correio, sem destinatário, não é desejado.
Cão: Em tempos, logo depois dessa legislação proibitiva, houve dísticos que diziam isso. Mas quando fazia o giro para «marcar o meu território» vi indivíduos dessas propagandas a tirarem os dísticos. Seguindo-os disfarçadamente do sítio das moradias para o dos prédios grandes, vi que aproveitavam a oportunidade de não estar ninguém no patamar de entrada para tocarem a campainha e dizerem que eram dos correios. Depois, entravam para tirar uma folha grande colada na porta que dizia que o correio sem destinatário não era desejado.
Pincha: Já viste?
Cão: Já vi o quê?
Pincha: Que é possível fazer isso sem ninguém saber?
Cão: Então, achas que as propagandas do Modelo, Continente, Moviflor, Staples, Remax, ISI, Lidl, DICA, Pingo Doce, Media Markt e outras que tais de venda de casas, mobílias, passeios turísticos, etc. são indetectáveis? Quem são os responsáveis? Os transportadores ou os donos da propaganda? Não é perfeitamente admissível que sejam os donos que mandam colocar a propaganda em todas as caixas de correio? Deixam as caixas completamente entupidas e a abarrotar sem lugar para o correio que é indispensável. Onde se coloca depois o correio legal e devidamente endereçado? Nestas condições, uma carta devidamente endereçada pode ficar de fora e ir parar à rua! Qual o seu destino?
Pincha: Mas os donos das promoções podem não ter dito para infringir a lei.
Cão: Achas bem que um cão vadio entre na minha casota e se acoite lá deixando-me de fora ou dando-me um lugar diminuto? Admites que, contra a vontade do dono, a caixa de correio fique cheia de propaganda indesejável, sem lugar para o correio devidamente endereçado que fica desprotegido?
Pincha: Como é que se pode resolver?
Cão: Isso era possível resolver depois de um fiscal «apanhar» um dos distribuidores o qual se responsabilizaria pelo acto cometido ou diria quem é o mandante. Assim, podia ser facilmente solucionado o problema das coimas.
Pincha: Tens razão.
Cão: Tenho razão em muitas coisas, especialmente quando digo que a legislação é feita para «apresentar trabalho», «apanhar os incautos» ou «tapar a boca aos cidadãos». Quase nunca é para resolver os problemas de fundo. Quando as coisas estão mal, os governantes dizem que existe legislação que não é cumprida. A das propagandas, até parece que foi feita pelo «nosso primeiro» quando esteve no «ambiente»
Pincha: Parece-me que sim. E tu não achas que existe também uma legislação para não «demarcares fora do penico» os teus lugares de estimação?
Cão: Eu não sei ler! Por isso, um dos meus alvos favoritos vai ser, um dia, algum político.
Pincha: Gostava de estar presente.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
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