domingo, 7 de junho de 2009

«VICTORY»

CÃO: Estão a gritar “Vitória”, “Vitória” na televisão.
PINCHA:
Quem esteve a gritar? A Abstenção?

CÃO: Não. Foi o PSD.
PINCHA:
Devem ser os «challengers» a dizer que tiveram uma «performance» muito boa e que são melhores (ou os menos piores?) do que os outros.

CÃO: O que queres dizer com isso?
PINCHA:
Se calhar, nas eleições anteriores foram nabos em vez de serem mais espertos como se julgam agora. Talvez até tenham sido pouco escrupulosos nas suas actuações anteriores para deixarem fugir os votos para outro partido. Os eleitores devem ter-se fartado das suas «fugas», asneiras, burrices e intrujices, tal como se mostram agora fartos do partido que está com a mão na massa e a fazer asneiras sobre asneiras.

CÃO: Que asneiras? Do deserto? Dos camelos? Do Freeport? Do Eurojust? Dos empreendimentos megalómanos em tempo de crise? Do PBB e BPN onde também os outros estão metidos?
PINCHA:
Sim, mas também do «Marocas» para Presidente e, agora, do «Mortal» para a União Europeia.

CÃO: Tu bem dizias que andavas a rondar os caixotes de lixo a ver se encontravas alguma coisa que prestasse.
PINCHA:
Não tive sorte alguma! Muita mosca, mas «the remaining» é o mesmo. Nada se aproveita.

CÃO: E a propósito de vitória, quem achas que ganhou?
PINCHA:
Seguramente, não é o povo português que não necessita de derrotas nem de vitórias. Isso é para o futebol e para os politiqueiros. O que o povo necessita é de uma equipa «honesta» e «não-maldizente» que governe de acordo com as suas propostas eleitorais para a maioria dos que os elegeram, sem menosprezar as minorias que não conseguiram fazer vingar a sua voz mas que também têm muito de válido para oferecer.

CÃO: Como se poderia fazer isso? É quase impossível!
PINCHA:
Os partidos não apresentaram as suas ideias ou «promessas»? Algumas das promessas dos partidos que não venceram têm muita validade até para os que ficaram em maioria. Se essa maioria convidasse esses indivíduos com ideias válidas para fazer parte do elenco governativo, que mal viria ao mundo? Talvez o mundo funcionasse melhor! A não ser que o partido vencedor se julgue com toda a razão tal como fazia o «ditadorzinho das botas». Não verificaste diferença entre o «Barraca» e o «Embuste»? Em todos os partidos existem «cabeças» válidas; de contrário, não teriam qualquer voto. O que vão fazer estes indivíduos quando chegarem a compreender que todas as suas aspirações válidas são esmagadas, repudiadas, menosprezadas? Vão para a revolta ou calam-se e sofrem silenciosamente? Toda a panela de pressão tem uma válvula de escape! Descobriste alguma?

CÃO: Estás a falar em impossíveis.
PINCHA:
Não senhor. Seria tão bom que os políticos tivessem treino e perfil de estadistas e não uma atitude de vendedores de feira e meliantes maldizentes. Caso contrário é melhor ir trabalhar para a um campo de concentração ou para gangs de malfeitores. Pelo menos, seriam mais sinceros.

CÃO: Estás mesmo maldizente.
PINCHA:
Não. Sinto-me mais lúcido do que nunca e cada vez mais elucidado à medida que ouço as campanhas eleitorais e os auto-elogios dos governantes com toda a maledicência dos outros e para os outros. Afinal, a maioria dos que lá esteve fez melhor do que os outros que lá estão ou estariam? Se não se locupletaram fizeram alguma asneira ou favoreceram o partidário. Traz um foco de alta intensidade e uma lupa para tirarmos isso a limpo.

CÃO: Qual a razão de tantos votos brancos e nulos se a abstenção é muito grande?
PINCHA:
A razão é simples. Nos brancos não se diz nada; mas nos nulos aqueles que sabem escrever dirão alguma coisa? Provavelmente, os poucos eleitores que ainda «aturam» estes «politiqueiros de pacotilha» estão a mostrar, como no futebol, o cartão amarelo para não terem de mostrar o cartão vermelho dentro de pouco tempo.

CÃO: Estás mesmo pessimista!
PINCHA:
Qual a nossa reputação lá fora tirando alguns investigadores, empresários e quadros superiores que já nem devem querer saber deste país? É triste, mas é verdade.

CÃO: O que achas que se deve fazer?
PINCHA:
Falar menos, trabalhar mais, ouvir os outros, colaborar e tentar compreender sem nunca deixar de ter um rumo principal que é o de trabalhar para o bem do povo. Até amanhã. Vamos ver o que o futuro nos reserva.

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